Turismo de contemplação, boa comida típica, passeios e belos animais da fauna pantaneira a serem avistados, entre eles, o mais desejado: a onça-pintada. O pantanal sul-mato-grossense atrai, anualmente, milhares de pessoas, de todas as partes do mundo, deixando os hotéis-fazenda e pousadas lotados, principalmente, no período de férias europeias.
Sendo assim, a alta temporada no Pantanal coincide com as férias de verão no hemisfério norte, atraindo muitos turistas para a região, entre julho e outubro.
“O nosso cotidiano é este. Recebendo os visitantes, agora com a cheia. Sentimos que junho estava um pouco enfraquecido, mas, julho, agosto e setembro praticamente não temos mais vaga”, afirmou o gerente de um hotel-fazenda, Edinei Ribeiro Bruno, de 43 anos, conhecido como “Lobão”.

Mesmo no período de queimadas, o gerente disse que o local recebeu turistas e não precisou “fechar as portas” e nem dispensar funcionários.
“Seguimos trabalhando normalmente. E depois da pandemia tivemos um aumento de brasileiros, começaram a procurar mais o Pantanal como destino. Antes, poderia dizer que 90% da clientela era de americanos, mas, este percentual mudou bastante e está quase na metade agora”, argumentou.
‘Querem ver a onça e nos perturbam com isso’, fala guia

Ao iniciar os passeios, Lobão fala que os pedidos se repetem. “Eles querem ver a onça e nos perturbam com isso, digamos assim. Acredito que o medo existe, mas querem ver, fotografar, chegar perto para ver, com pouca noção do perigo”, inicia.
“Existem casos em que os guias conseguem avistar uma onça, e os turistas pedem que chegue mais próximo, mesmo quando não há necessidade, então, alertamos que existe um perigo real ali. Existem casos em que ela está descansando, porque conseguiu alguma caça, por exemplo, e a gente não pode intervir”, ressaltou.
Mais recentemente, com o caso da morte do Jorginho, atacado pelo felino, no último dia 21 de abril, a população ribeirinha passou a ter mais cuidado. “O pessoal que ia a pé para comunidade, só com uma lanterna de noite, agora não faz mais isso. Eu mesmo não acreditava que a onça atacaria e aconteceu. Mas eu sou um apaixonado pelo Pantanal, não saio daqui, não gosto de cidade”, disse.
‘Vou esperar até o último minuto’, diz turista sobre avistar o felino

A vendedora Vanessa Penhalve, de 37 anos, saiu da Espanha e visitou o Pantanal, pela primeira vez, neste ano de 2025. “Fiquei no Pantanal sul e agora estou indo para o Pantanal Norte, aqui não consegui e espero que lá eu consiga ver a onça-pintada. Estar neste contato com a natureza é maravilhoso, gosto muito do contato com os animais”, comentou.
Sozinha na viagem, a espanhola comentou que está muito feliz por comemorar o aniversário no Brasil. “Estou viajando pelo mundo desde janeiro. Não planejei nada, só vim”, falou.
Por fim, Vanessa falou que “gosta de ver o Pantanal com muita água, do jeito que está. Acho que é mais difícil para ver a onça, mas, espero até o último minuto. Não fiquei com medo [do caso do Jorginho], a natureza é assim. Se você vai ao lugar dos animais, pode acontecer, então, tem que ter cuidado, precaução, estar sempre com guia, tudo certinho”, finalizou. Outros turistas também conversaram com o Jornal Midiamax, confira:
Jaguarman diz que ver a onça é o grande prêmio para os turistas
Guia muito experiente no Pantanal, conhecido como Jaguarman, Elias Tanus conversa com turistas e diz a eles que o avistamento da onça é o grande prêmio. “Buda diz: ‘Somos energia e movimento, então, os animais vem ao seu encontro, é assim que funciona. E tenho essa experiência desde a minha infância, que eu fui introduzido no Pantanal pela família Coelho e, nesta experiência, eu pude observar os animais, tendo uma conexão profunda com a natureza, de respeito e amor, e aí os olhos são treinados”, explicou.
Elias também brinca que tem “alma de gato” e é um dos únicos no Pantanal que faz o passeio a pé. “É uma caminhada no breu, é a minha paixão. Saio às 4 da manhã e faço uma caminhada de uma hora a uma hora e meia, de cinco a sete quilômetros para a contemplação. E a onça fica como um animal curioso, essa fantasia, esse folclore que a onça é um animal assassino não é verdade, a demonizaram e é só um animal selvagem, um gato curioso e grande, então, temos que manter a distância segura”, ressaltou.
Na alta temporada, o Jaguarman fala que a pousada onde trabalha já está preparada e, neste momento, recebe turistas europeus, da Austrália e de outros continentes. “Eu falo que o Pantanal é a minha maior especialidade, além de ser chefe de alta gastronomia, sou um guia completamente apaixonado pelo bioma”, finalizou.

Reportagens especiais no Pantanal de MS:
‘GPS’ de onças, Barba teme ser despejado de local estratégico no Pantanal de MS
VÍDEO: Andor intacto de Carlos é mistura de fé e amor saudoso pela esposa
***