Declarado santo pelo Vaticano neste domingo (7), Carlo Acutis tem um pedaço de seu coração em Campo Grande (MS). Há pouco mais de quatro anos, a Capela Nossa Senhora Aparecida, onde ele realizou o primeiro milagre reconhecido pela Igreja Católica, guarda um relicário com partes do corpo do adolescente, morto em 12 de outubro de 2006, vítima de leucemia.
Mas afinal, como esses fragmentos vieram parar na Capital de Mato Grosso do Sul?
O objeto que guarda fios de cabelo e parte do coração de Carlo foi enviado por dona Antônia, mãe dele, diretamente da Itália. Os relicários com os artefatos do corpo foram produzidos pela própria Igreja Católica após a exumação do corpo, em 2019, e podem ser solicitados por qualquer igreja do mundo, através de uma carta ao apostolado.
No entanto, devido à amizade com Antônia, Marcelo Tenório, o pároco de Campo Grande que difundiu a história de Carlo Acutis no Brasil, recebeu o relicário como presente.
E foi assim que a “capela do milagre” passou a abrigar, em seu altar dedicado a Carlo, as relíquias de primeiro grau. Abaixo de um quadro com a foto do santo, o relicário fica exposto diariamente em um altar na igrejinha, localizada na Vila Margarida.
Ao lado do artefato, a capela disponibiliza papéis e canetas, onde os fiéis podem escrever pedidos a São Carlo Acutis e depositar em uma urna alocada bem ao lado.
Relíquia com pedaço do coração foi feita quando corpo de Carlo Acutis foi exumado
Para comprovar a existência do adolescente, a Igreja Católica abriu seu túmulo treze anos depois de sua morte, em Assis, na Itália. Na época, a abertura do caixão chocou o mundo e a própria Igreja, pois o corpo foi encontrado preservado, praticamente incorrupto. Com isso, o coração foi retirado intacto e relíquias com fragmentos do órgão foram produzidas.
Uma delas veio para Campo Grande, na Capela Nossa Senhora Aparecida, conhecida mundialmente por ser o templo onde Carlo Acutis realizou sua primeira intervenção miraculosa ao curar um menino que sofria de doença no pâncreas, em 2013.
Guardado em um relicário, o artefato é venerado por fiéis no local, que teve sua história entrelaçada com a do beato e deu o pontapé inicial para a canonização.
O pedaço do coração está na capela há pouco mais de 4 anos e foi enviado diretamente da Itália pela mãe de Carlo, dona Antonia Acutis, para celebrar a beatificação do filho. Em outubro de 2020, carinhosamente, a matriarca mandou o fragmento para o padre Marcelo Tenório, grande responsável por divulgar o nome do beato para o Brasil e posteriormente para toda a comunidade Católica.
“Para a Igreja canonizar alguém, é preciso atestar que essa pessoa existiu, com a exumação. Quando se retira do cemitério, aí se faz as relíquias. Eu fui lá, vi o corpo, estava intacto. Todos os órgãos do Carlo estavam, tanto que pedaços do coração dele foram retirados para fazer esses relicários. Aqui temos um fragmento do coração e fios de cabelo”, comenta o sacerdote, em conversa com o Jornal Midiamax.
Quer um pedaço do coração de Carlo na sua igreja? Você pode ter
Segundo o regente da capela, que faz parte da Paróquia São Sebastião, o processo da confecção das relíquias como a que está em Campo Grande envolve várias etapas. “Quando acontece algo assim, temos o postulador da causa, aquele que é responsável pelo candidato à canonização. Então, ele, junto com o bispo do local, é quem vai definir as relíquias, é algo muito sério”, explica.
Conforme Tenório, cientistas retiram milimetricamente as partes do coração para que sejam produzidos os relicários. “Há um documento que autentica isso, assinado pelo arcebispo, e essas relíquias são dadas mediante pedido por carta. Então se você quer uma relíquia na sua igreja, escreve para Assis, para o Arcebispo, para a postulação, pede e eles enviam”, ressalta.
Quando o corpo foi exumado, várias destas caixinhas foram feitas, mas o padre nem precisou pedir. “Dona Antônia já me mandou”, revela.

Nova relíquia veio para a canonização
Antes da relíquia com o fragmento do coração, o padre Marcelo Tenório havia ganhado um pedaço de uma roupa de Carlo Acutis. Foi ao tocar esta peça que o menino de Campo Grande teria sido curado da doença no pâncreas, dentro da capela, em 2013. No entanto, a relíquia já não está mais no local, pois o sacerdote doou o tecido para um outro padre, de Pernambuco.
Esta semana, para completar o rol de relíquias do Santo, um pulôver que pertencia a ele também passou a ser exposto e será venerado pelos fiéis em ocasiões especiais. Mais uma vez, a roupa foi um presente de dona Antônia ao padre Marcelo Tenório.
Movimento para trazer o coração inteiro de Carlo Acutis para o Brasil
Atualmente, o coração inteiro de Carlo Acutis fica em Assis, Itália, local onde o jovem viveu e foi enterrado. O órgão está preservado dentro de um relicário especial e poderá vir para Campo Grande em um futuro próximo.
“Faço parte de um grupo e, no início, estávamos planejando trazer o coração do Carlo para o Brasil, tinha pessoas do Brasil inteiro, mas depois os filhos de Assis acharam melhor esperar um pouco e o coração de Carlo não veio”, conta o padre Tenório ao Jornal Midiamax.
Hoje, o corpo do rapaz fica exposto para visitação em um caixão de vidro, no Santuário de Despojamento, também em Assis, na Itália. Os restos mortais do beato atraem fieis de todo o mundo que vão ao local em busca de milagres e para manifestar gratidão por bênçãos recebidas.
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