Ao perceber que o filho tinha dificuldades de aprendizado, a programadora Gabriela Farias teve uma grande ideia para ajudá-lo a melhorar o desempenho escolar: ensiná-lo a programar. A ideia surgiu após notar que Mauro Oliveira, de 11 anos, tinha muito interesse pelo jogo Roblox, que usa a linguagem de programação Lua, semelhante ao Python.
A programadora, então, começou a mostrar ao filho como os jogos de computadores são feitos. Mauro se interessou de imediato, e hoje em dia, ele estuda programação por conta própria. Além disso, tem mais facilidade nas tarefas escolares, e até passou em segundo lugar na primeira fase da OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas), sem ter estudado especificamente para a prova.
“Ele não conseguia acompanhar bem as aulas, teve dificuldades com leitura, escrita cursiva, e eu tentei de tudo para ajudá-lo: violão, alemão, estoniano… nada funcionava. A programação despertou nele a atenção que nenhuma outra atividade conseguiu. Ele melhorou em todas as matérias, sem esforço”, explica a mãe do menino.
Mauro virou inspiração para os colegas de escola, que passaram a pedir ajuda para aprenderem a programar também. O destaque vai além das salas de aula, pois um vídeo do programador mirim viralizou recentemente no TikTok, fazendo com que outras pessoas conhecessem as suas habilidades. O vídeo já conta com mais de 35 mil visualizações na plataforma.
Mãe programadora aponta falta de aulas de informática nas escolas
Segundo Gabriela, atualmente as salas de informática diminuiram destricamente nas escolas. Essa questão, somada à subtituição do computador pelos celulares, faz com que as crianças da nova geração não saibam mais como usá-lo.
“Em uma oficina que fizemos na escola, vimos que alguns alunos nem sabiam que o mouse servia para clicar. Ao mesmo tempo, estudantes universitários precisam cumprir projetos sociais obrigatórios. Então por que não unir o útil ao agradável? Universitários podem dar oficinas de programação nas escolas. Os alunos aprendem, se interessam, melhoram no desempenho escolar e os universitários cumprem seus projetos”, explica.
Determinada a levar os códigos e linguagens de programação para a grade escolar das crianças, a programadora planeja iniciar um projeto piloto na Escola Municipal Abel Freire de Aragão, onde seu filho estuda. As atividades envolverão aulas de programação prática para os alunos.
“Essa é uma proposta simples, mas com um potencial transformador. Se funcionou com meu filho, pode funcionar com muitos outros”, conta.
Enquanto desenvolve o projeto a fim de apresentá-lo a Semed (Secretaria Municipal de Educação), o filho de Gabriela está empenhado em um trabalho de história em formato de um site. O projeto de Mauro usa o React, uma ferramenta de JavaScript muito usada para desenvolver aplicativos.
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