As devoções da Sexta-Feira Santa são consideradas as mais importantes celebrações para os católicos. O período é marcado por tradições simbólicas que vão além da renúncia em comer carne. Inclusive, costumes de famílias “revivem” nesta data, como evitar limpar a casa ou “pisar duro” no chão.
Nesta sexta-feira (18), para alguns católicos do Estado, há hábitos que não são permitidos hoje, em respeito à celebração que marca a crucificação e a morte do filho de Deus, segundo a Bíblia. Dentre as restrições, estão:
- limpar casa
- pisar duro no chão
- lavar roupa
- falar das 12h às 15h (momento de silêncio)
- comer carne vermelha
- fazer trabalho braçal
- matar animais, mesmo que seja para alimentação
- ouvir música alta
- dançar
- falar alto
- consumir bebida alcoólica
Segundo os católicos consultados, estes são alguns hábitos considerados pecaminosos se praticados na Sexta-feira Santa. Ainda conforme os relatos, neste dia Santo, deve-se fazer jejum até o meio-dia.
É pecado na Sexta-Feira Santa?
Em entrevista ao Midiamax na época, Dom Dimas Lara Barbosa, Arcebispo de Campo Grande, esclarece que as práticas são tradições culturais e religiosas e não uma imposição da Igreja. Logo, a Sexta-feira Santa é um dia de reflexão, oração e caridade.
“A maior parte desses costumes são criações familiares, com finalidades pedagógicas de levar as crianças a se comportarem bem durante a Quaresma. Mas não são prescrições litúrgicas, ou seja, prescrições oficiais da Igreja”, destaca.
“A Sexta-Feira Santa é um dia de reflexão, de penitência, de jejum e abstinência de carne. Dia em que realizamos a solene celebração da paixão. Assim, guardar um pouco mais de silêncio, para meditação das Escrituras e para a oração, faz parte do jeito católico de vivermos esse dia”, orienta o Arcebispo.

Origem das tradições
Dom Dimas esclarece ainda que desconhece a origem de todas as regras mencionadas e pondera sobre a literalidade de algumas. “Mas imagino que giram em torno do que já disse. Assim, ‘não pisar duro no chão’ deve ter a ver com o não se irritar, manter a calma”, acredita.
“Quanto a limpar a casa, não só na Sexta-Feira Santa, mas aos domingos, deve-se reservar um tempo para o descanso, o culto, a oração, obras de caridade. Não são dias normais de trabalho. É dia de abstinência de carne, como forma de solidariedade com os que passam fome. Mas não basta não comer carne. É preciso ser proativo nas boas obras”, declara o religioso.
Já sobre a história de ficar em silêncio das 12h às 15h, Dom Dimas afirma: “nunca ouvi falar”. Por fim, o Arcebispo de Campo Grande comenta as diversas formas de jejum praticadas na Sexta-feira Santa.
“Existem alguns mais rigorosos que passam o dia a pão e água. Outros apenas reduzem as quantidades”, finaliza ele, dizendo que todas as maneiras de demonstração de respeito são válidas.
*Conteúdo baseado em reportagem publicada em abril de 2023.
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