O incêndio na residência localizada na região central de Rio Brilhante deixou muito mais que cinzas e destruição.
As chamas, que se espalharam sobre o telhado dispersando fumaça que pôde ser vista por praticamente toda a cidade, mobilizou não apenas o Corpo de Bombeiros e servidores da prefeitura local, mas também a consternação de uma população que viu o encanto da esquina das ruas Manoel Bento e Expedicionário Hugo Gonçalves ser consumido pelas chamas.
Em vídeos publicados nas redes sociais, rio-brilhantenses lamentam o ocorrido com comentários de quem considerava o imóvel privado um verdadeiro patrimônio histórico local.
“Para mim era um cartão postal”, disse uma moradora. “Que dó, uma casa histórica de Rio brilhante”, lamenta outra usuária. Uma internauta ainda chegou a comentar que seu apreço por arquiteturas coloniais e chalés a fez registrar fotografias do imóvel poucos dias atrás.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, trata-se de um sobrado, pintado à tinta óleo na cor laranja, e que para muitos moradores se tratava de um elemento identitário à cidade, de pouco mais de 38 mil habitantes.
A beleza da arquitetura residencial, que resistiu ao modernismo ao redor marcado por casas de fachadas retas e cores sóbreas, sempre chamou a atenção da população, especialmente das crianças, que a nomearam de “casa do Papai Noel”.
“Eu passava olhando e pensando que lindo deve ser por dentro”, conta outra usuária sobre a curiosidade em descobrir o que o interior da impotente construção resguardava. O Jornal Midiamax descobriu!
Além de todo tradicionalismo da família Pivetta, muita cultura, literatura e encontros sociais.
A casa pertece ao casal de idosos Remi e Irma Pivetta. Segundo informou o Corpo de Bombeiros, no momento do incêndio eles não sofreram qualquer ferimento e foram acolhidos pelos filhos.
Remi é poeta. Escreveu o livro “A Vida em Versos“, obra que revela a essência tradicionalista de um gaúcho atento ao poder dos encontros que marcam a história. Não a toa, construiu sua carreira profissional na construção de canchas de bocha, criando amizades duradouras com entusiastas do esporte.
“Sua maior satisfação sempre foi testemunhar a alegria e a felicidade que a prática da bocha proporcionava a tantas pessoas”, destaca parte da sua autodescrição.
Talvez seja por isso que um dos mais importantes espaços do casarão laranjado, construído há décadas, era conhecido na cidade como um clube particular do proprietário para receber amigos em noites festivas de baralho e bocha.
“Seu Remi desde criança sonhava em ter um chalé. E que lindo era o chalé que ele construiu com tanto amor. Que triste”, lamentou uma moradora local em comentário nas redes sociais.

“Nossa, sempre que eu passava nessa rua eu ficava olhando essa casa encantada com o diferencial dela. O estilo colonial, linda linda, que triste lamentável”, destacou outra moradora.
Conforme informações do Corpo de Bombeiros, a parte mais afetada é a superior. Telhado e o primeiro piso foram bastante danificados pelas chamas, que em razão da tinta à óleo, se espalharam rapidamente.
Já na parte baixa, no térreo, há expectativa de que haja maior preservação. Um engenheiro deve ser acionado para periciar o imóvel e atestar as condições após o incêndio.
A reportagem tentou contato com a família Pivetta, mas não obteve êxite.
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