Pular para o conteúdo
MidiaMAIS

Famosa em Campo Grande, rua ‘dos móveis usados’ muda completamente nos últimos 3 anos

Reflexo da pandemia, presença de usuários de drogas, concorrência do on-line e aluguel caro são alguns dos motivos da mudança aparente da região
Graziela Rezende -
Endereço onde antes funcionava uma loja de móveis usados (Nathalia Alcântara)

Quem quisesse comprar ou vender móveis usados, em , até pouco tempo, sabia o endereço: rua Cândido Mariano, passando a Escola Estadual Maria Constança Barros Machado, em ambos os sentidos, era uma loja atrás da outra. No entanto, nos últimos três anos, a região foi mudando e agora está completamente diferente.

As fachadas com os dizeres “compro e vendo móveis, pago à vista”, já quase não existem mais. Muitas portas se fecharam, imóveis foram até demolidos e a circulação de usuários de drogas pelo local é recorrente.

Local onde funcionava loja de móveis usados foi demolido (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Além disso, a concorrência “pela internet” também afetou muitos comerciantes e outros não suportaram mais pagar aluguel, buscando soluções mais baratas, como a mudança de endereço para alguns bairros da cidade.

Vendedor há mais de uma década, em uma loja de móveis usados, Fernando Luges da Silva, de 57 anos, acredita que o negócio só sobrevive ali porque o patrão também é proprietário do prédio.

“Antes aqui tinha móveis usados também. Agora ele [dono] só está mexendo com planejados. E com a ficou esse reflexo, o preço do aluguel levantou muito, o pessoal ficou parado e não conseguiu mais se levantar. Aqui, como eu falei, a situação é diferente porque o patrão é dono do prédio”, afirmou Fernando ao MidiaMAIS.

Pandemia trouxe reflexo em muitas lojas (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

‘Presença de usuários atrapalha’, opina microempresário

Conforme o microempresário Valcir Vicentim, de 76 anos, a presença constante de usuário de drogas é outro fator que atrapalha a região.

“Os clientes, principalmente mulheres, ficam com medo de encostar o carro aqui. É algo que nos atrapalha. Sem falar que eles passam, roubam fios, então, muitos que estavam aqui preferiram migrar para o bairros. E aqui, na minha vista, tem duas lojas que foram demolidas e o terreno está sendo vendido”, disse.

O microempreendedor Alexandre dos Anjos, de 50 anos, aponta a como algo que, em muitos momentos, atrapalha quem tem loja física. “Tem gente que tem mais conhecimento no online, pesquisa e compra somente on-line. Ou então, o que é pior, tem golpista que vem aqui, tira foto, vende a mercadoria e manda a pessoa vim retirar aqui. A pessoa pensa que é vantagem e tá levando calote”, argumentou.

Valcir diz que constatou mudança na rua e aponta para terreno onde antes tinha loja concorrente (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Ainda neste sentido, ele fala que muitos clientes também pesquisam preços na internet e querem chegar “dando o preço” na loja. “A gente tem aluguel, funcionário, a situação é bem diferente. E mesmo assim oferecendo bons preços. Só que estou há 18 anos aqui, vendo muita mudança, muita gente indo embora, também estava quase fechando aqui esses dias”, lamentou.

‘Vi muitos comerciantes indo para os bairros’, comenta Alexandre

De acordo com Alexandre, “o que salva” é que muitos estudantes vão ao local, comprar móveis mais baratos para a temporada de estudo. “Recebo muitos aqui, que buscam geladeira e fogão, principalmente. E o comerciante que não suportou mudou de endereço. Tenho conhecidos que foram lá para a avenida dos Cafezais, para o Leblon, o Aero Rancho e o Jardim Aeroporto”, disse.

O marceneiro e restaurador de móveis, Marcelo Camargo, de 59 anos, apontou também a presença dos usuários de drogas na região, como um grande problema. Ele trabalha há dez anos na famosa rua “dos móveis usados”.

“A gente vive de altos e baixos. Só que agora está com muito dependente químico aqui. Eles fazem muita , defecam, dormem por aqui durante o dia e o poder público não faz nada. Acho que tinha que dar uma basta. É por isso que muita gente foi embora, mudou o seu comércio para o bairro”, finalizou.

Comerciante fala que ainda vende muito para estudantes (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Leia também:

Quais são os cacarecos que ninguém quer comprar em Campo Grande?

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

VÍDEO: Peão sofre acidente durante montaria em exposição agropecuária no interior de MS

Vander e Kemp reforçam convite e Fábio Trad define futuro no PT até agosto

Palmeiras

Dudu é condenado a seis jogos de suspensão e multa do STJD por misoginia contra Leila Pereira

Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ)

Em dia de operação contra Jair Bolsonaro, Flávio desembarca na Europa

Notícias mais lidas agora

JBS poderá pagar multa sobre valor milionário se recusar conciliação com moradores

nelsinho governo lula

VÍDEO: ‘Lei de Reciprocidade só em último caso’, diz representante do Senado em negociação com Trump

Alexandre de Moraes determina que Bolsonaro use tornozeleira e fique sem redes sociais

Com alerta de queda de temperatura, Ponto de Apoio permanece ativo no Parque Ayrton Senna

Últimas Notícias

Cotidiano

Instituições beneficentes de Campo Grande recebem doações de 15 toneladas de alimentos

Alimentos foram arrecadados durante gincana solidária da SIPAT 2025 (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho)

Polícia

Dupla é presa com mais de 6 quilos de carne sem refrigeração na BR-163 em MS

Carnes e outros alimentos não perecíveis seriam levados para o Paraguai

Cotidiano

Aeroporto de Campo Grande ganhará nova sala VIP em 2026 

Abertura de salas no interior de MS ainda não tem previsão, conforme a Aena

Polícia

Defesa nega agressão à jovem que teve de deixar MS para fugir de ex-namorado

Defesa diz que não houve tentativa de feminicídio, como a jovem relatou anteriormente ao Jornal Midiamax