Mesmo após a comoção popular em relação ao caso dos gatos de rua que vivem em um prédio abandonado no Centro de Campo Grande (MS), os animais seguem enfrentando um drama diário em busca de moradia e alimentação. Além deles, moradores em vulnerabilidade social disputam o local, na Avenida Afonso Pena, e sofrem pela mesma condição: falta de comida e um teto.
Mas, diferente dos gatos, que podem ser adotados e são tratados diariamente por uma voluntária no edifício onde funcionava o antigo Incra, os “andarilhos” não têm ninguém para adotá-los e nem sempre conseguem comida nas ruas.
Acusados de furtos que ocorrem na Escola Estadual Joaquim Murtinho, localizada ao lado do prédio abandonado, eles têm dividido o espaço com os animais, mas o convívio entre as partes estaria estremecido.

Alguém tem mais “direito” ao prédio?
Esta semana, segundo a voluntária que cuida dos bichos, os moradores de rua teriam espantado gatas grávidas do local e um deles teria invadido a Escola Joaquim Murtinho para praticar furto. “As autoridades tiraram do imóvel um andarilho que é suspeito de furtar um ar-condicionado da escola”, relata a professora Sônia Aparecida.
Ela também afirma que a ceva dos animais incomoda os homens que têm ocupado o antigo Incra. “As pessoas que passavam por ali sempre deixavam um pedaço de pão, bolo, o que tivessem, para os gatos… e esse movimento durante o dia e a noite atrapalha os andarilhos, por isso ele tocam os bichos de lá”, declara a mulher.
Esta semana, com o frio de 6ºC que acometeu Campo Grande, um dos rapazes chegou a dormir em um telhado onde fica o também desativado Hospital El Kadri, que já recebeu grades para evitar invasões. Ele não se inibiu com a instalação de concertinas no antigo Incra e conseguiu pular o portão que dá acesso ao local, próximo ao cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua Rui Barbosa.

Imbróglio delicado
Segundo a voluntária, as concertinas teriam sido instaladas após pedido da Escola Joaquim Murtinho, devido aos furtos recorrentes na instituição. Revoltada, ela diz que, além de colocar a segurança em risco, os “andarilhos” estão acabando com a rotina dos gatos.
Para tanto, medidas têm sido tomadas a fim de impedir a entrada dos moradores de rua nos prédios abandonados e inibir os furtos.
Mas, enquanto os gatos ainda recebem atenção de alguém, quem se preocupa com a situação das pessoas desabrigadas que, assim como os felinos, também não têm casa e comida?

Como ajudar pessoas em situação de rua em Campo Grande?
Em Campo Grande, a assistência social afirma que faz monitoramento constante de moradores de rua e oferece abrigo aos que precisam e desejam.
Quem encontrar pessoas nessa situação ou precisando de ajuda devido ao frio, pode entrar em contado pelos telefones (67) 99660-6539 e 99660-1469. A partir da ligação, equipes assistenciais podem ir até o local e oferecer os serviços da rede municipal.
O que fazer ao encontrar animais em situação de abandono em Campo Grande?
Já no caso de animais, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) é responsável por fazer o recolhimento de bichos que estejam soltos, doentes ou que apresentem comportamento agressivo — nesses casos, eles são considerados um risco à população.
Caso se depare com um animal nessas condições, para que o recolhimento seja realizado em Campo Grande, basta entrar em contato com um dos seguintes números e informar o órgão: (67) 3313-5000 ou (67) 3313-5001.
Ferramenta on-line do Governo do Estado também ajuda em casos de denúncias de maus-tratos ou abandono. A população pode recorrer diretamente à plataforma on-line da Devir (Delegacia Virtual), acessando http://devir.pc.ms.gov.br/. O sigilo do denunciante é garantido, e a ferramenta possibilita o acompanhamento do caso.
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