Muita gente se questiona se os peixes que vivem nas águas dos aquários do Bioparque Pantanal sentem frio quando as temperaturas caem em Campo Grande (MS), como nesta quinta-feira (29), quando os termômetros registraram 7ºC na Capital. Se estivessem na natureza, talvez sentiriam a friaca, mas no empreendimento de fauna uma série de cuidados é adotada para manter as espécies aquecidas.
Por lá, toda a estruturação dos tanques foi pensada levando em consideração a sensibilidade dos animais. Por isso, todos os peixes que ficam na área externa são os que toleram temperaturas mais baixas e que não irão apresentar nenhum tipo de problema em relação ao clima.
Já nos tanques do circuito interno, quando o frio chega, diversas adaptações são feitas para garantir o bem-estar das espécies. Aquecedores, pedra quente e até cardápio diferenciado estão entre os artifícios usados para manter a temperatura corporal dos animais.
Segundo a bióloga-chefe do empreendimento, Carla Kovalski, quando as temperaturas estão mais baixas, o cuidado deve ser redobrado, pois, além de ter uma baixa no metabolismo, os animais ficam mais suscetíveis ao aparecimento de algumas doenças.

Peixe pode morrer de pneumonia se pegar friagem
Em relação à temperatura da água, a diretora-geral Maria Fernanda Balestieri explica que cada tanque possui um termostato, ajustado conforme a necessidade dos animais que o habitam. Um dos peixes mais exigentes nesse quesito é o pirarucu. Nativo da Amazônia, ele necessita de maiores cuidados em dias frescos.
É que a espécie possui dois aparelhos respiratórios: as brânquias, para a respiração aquática, e a bexiga natatória modificada, para respiração aérea. Por isso, ele costuma subir até a superfície para respirar.
“O Pirarucu sai para respirar, por isso têm toda uma estrutura para ele não pegar friagem e morrer de pneumonia. Temos uma estufa que deixa o ambiente mais aquecido, assim na hora que ele sobe não têm contraste de temperatura”, explica a diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri.

Pedra aquecedora e comida cozida estão entre os protocolos para as espécies
Além do Pirarucu, outras espécies também recebem um cuidado diferenciado no Bioparque, como os jabutis, que vivem na área externa e são levados para outro espaço sempre que há queda na temperatura. No ambiente aquecido, recebem papelão adequado, água, alimentação, sistema de aquecimento e controlador de temperatura e umidade. “Tudo isso para que eles fiquem num local seguro e confortável”.
Para completar a série de protocolos, os jabutis também recebem um cardápio diferenciado: na época mais fria do ano, o Bioparque fornece alimentos cozidos que irão ajudá-los a manter a temperatura corporal.
Já a sucuri Gabi, embora seja um réptil que sente calor, precisa de um ambiente aquecido para não ter uma troca de temperatura muito grande. “Seu recinto conta com uma pedra aquecedora de um metro por um metro, bem potente. Essa pedra faz com que todo o local fique um microambiente com uma temperatura adequada que vai interferir na temperatura da água também”, explica a bióloga Carla Kovalski.

Peixes da Europa já são acostumados
Para melhor bem-estar, os tanques dos peixes amazônicos também têm um sistema de aquecimento que mantém a água entre 27 e 29 graus mesmo nos dias mais gelados. Já as trutas, naturais da Europa, são acostumadas com temperaturas mais baixas e têm o tanque ajustado em 18 graus.
“A proposta é aproximar o ambiente artificial do ambiente natural o máximo possível. Essas espécies que estão em água mais geladas passam por esse enfrentamento no habitat natural delas também”, ressalta Kovalski.

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