“Uma mulher real que entende mulheres reais”. É dessa maneira que a fotógrafa campo-grandense Erika Galbiati, de 35 anos, se define. Há seis anos, ela começou a fazer um trabalho significativo com o público feminino na Capital: ensaios, em alguns casos gratuitos, que ajudam mulheres com baixa autoestima a se amarem através das fotos.
A iniciativa nasceu quando ela se redescobriu como mulher após dois relacionamentos que destruíram seu amor-próprio. Certa vez, em 2016, Erika tirou fotos sensuais de si mesma e percebeu que ali havia algo belo. Por isso, quis fazer o mesmo por outras mulheres e passou a realizar ensaios que valorizassem cada traço e cada curva de suas clientes.

Mãe de três adolescentes, a fotógrafa leva a profissão como um propósito: ajudar mais mulheres a se enxergarem e se amarem por meio da fotografia feminina. Ao Jornal Midiamax, ela conta sua história e revela o que a fez adotar a transformação de autoestimas como missão de vida.
“Quando tive meu primeiro namorado, acabei engravidando e, de uma hora para outra, me tornei um mau exemplo, comecei a ser subjugada. Me diziam que eu não era uma pessoa que deveria ser admirada. Permaneci nesse relacionamento por três anos, tive dois filhos, mas não deu certo e me separei”, inicia.
Erika diz que marido a fez se sentir um lixo como mulher
Depois disso, Erika encontrou um novo amor e se casou novamente. Tudo era um mar de rosas, até que ela engravidou do rapaz.
“No dia que eu contei pra ele que estava grávida, ele se transformou e começou a me colocar abaixo. Dizia que eu era feia, era horrível, que ninguém ia me querer. Quem ia querer uma mulher gorda como eu? Que eu tinha sorte dele estar na minha vida e me aturar na vida dele. A minha autoestima ficou um lixo, eu não tinha autoconfiança, eu não acreditava que eu seria capaz de absolutamente nada”, recorda.
Quando resolveu se separar, foi acolhida pela família e passou a trabalhar vendendo produtos de beleza. “Mas eu me sentia deslocada, acreditava que para trabalhar com isso tinha que ser uma pessoa bonita, apresentável, enquanto eu não me via assim”, relata.

Recomeço e a “cura” por meio das fotos
Um ano depois, Erika reencontrou um antigo amigo e colega de trabalho e os dois se reconectaram. A relação foi decisiva para uma nova etapa começar em sua vida. “O comportamento dele comigo era diferente, sempre me tratou bem e me elogiou muito. Ao longo do tempo, eu fui acreditando nessa forma dele me enxergar como mulher. E aí engatamos um namoro“, comenta.
O relacionamento foi mudando a forma como Erika se via. A cumplicidade do casal a fez criar coragem de mandar fotos sensuais para ele e essas imagens fizeram o amor-próprio, já morto, renascer. “Eram fotos que diziam muito sem mostrar demais. Comecei a gostar de mim naquelas fotos, a me amar. Eu falava ‘gostei’. Apesar de ser gordinha, eu me achava bonita”.

Na época, ela cursava Design e tinha na grade curricular a disciplina de Fotografia. Foi a cereja do bolo. “Comecei a me apaixonar pela fotografia e aí eu pensei em unir o útil ao agradável. Já que fui curada dessa forma, por que eu não posso usar essa ferramenta para curar outras mulheres? E aí comecei a fotografar outras mulheres, para elas se apaixonarem por si mesmas”, comenta.
“Estou no mercado há 6 anos, mas foi só no final do ano passado que decidi tratar minha paixão como profissão. Desde então, venho buscando formas de tornar essa experiência ainda mais especial para cada mulher que passa pelas minhas lentes”, ressalta.

“Eu enxergo almas, histórias, sentimentos”, diz Erika sobre sua fotografia feminina
Sobre os ensaios, Erika diz que nem sempre as fotos são sensuais e explica em quais circunstâncias oferece sessões gratuitas. O atendimento é humanizado, ela conta sua história, ouve tudo de suas modelos, a conversa quebra o clima e tudo vai fluindo.
“Vou fazendo, a gente vai conversando, não coloco limites na hora de tirar as fotos. Como é meu ganha-pão, eu cobro, mas sempre tem mulheres que eu presenteio, por conta da história de vida, superação de momentos difíceis…”, detalha. “Muitas têm vergonha do próprio corpo, da barriga, acham que estão horríveis, e eu quero mostrar que não. Quero fazer elas se amarem como são. Respeitarem isso nelas mesmas”, acrescenta a fotógrafa.
Por fim, ela declara que cada mulher é única e sua missão vai muito além de apenas tirar fotos. “Eu enxergo almas, histórias, sentimentos. Não é só sobre um corpo ou um rosto, é sobre você se redescobrir, se olhar com mais amor, se sentir incrível exatamente como você é! Quero te mostrar que você é linda, forte e real! Quando foi a última vez que você se olhou no espelho com orgulho e carinho? Vamos juntas nessa jornada de autoconhecimento”, encerra.

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