“O amor não conta cromossomos” é a frase mais linda que pode ser ouvida hoje, no Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado nesta sexta-feira (21).
E o amor também é transmitido por meio da indepedência, deixando cada ser trilhar o próprio caminho. É assim que cerca de 50 pessoas, entre pais e filhos e profissionais, que lutam pela causa, participaram de um ato simbólico, realizando o plantio de mudas na Praça Itanhangá, em Campo Grande.

Ao todo, são 21 árvores frutíferas plantadas, entre elas mudas de acerola, limão, jabuticaba e amora, que “gosta de um solzinho”, segundo disse uma das participantes da ação “Construindo um Futuro pra Quem Fica”
“Nós trouxemos jardineiros também, que nos ensinam como plantar. É uma experiência sensorial aos nossos pacientes, que também entendem a importância das árvores e do reflorestamento. É o olhar do futuro para quem fica”, diz a fonoaudióloga Raquel Vieira, de 29 anos, proprietária da clínica Dona Raposa, que atende crianças com autismo, transtornos de fala e síndrome de down, por exemplo.
Ao saber do evento, pelas redes sociais, a professora Selma Borges, de 57 anos, também quis comparecer ao evento. Ela tem três filhos e a caçula, a Jade, de 16 anos, é portadora de T21.

“Gosto de dizer que é só dar asas que eles voam. A Jade é muito independente. Ela ajuda nas tarefas de casa e eu costumo dizer que é só dar a autonomia a eles que se desenvolvem. Ela sempre fez fono, T.O. [Terapia Ocupacional] e fisioterapia. Tudo foi diferente. Fui mãe solteira aos 21 anos. Tive uma filha. Depois de 19 anos, me casei novamente e aí veio a Jade. Foi tudo diferente, cada ser é um ser”, disse, orgulhosa da filha que acabava de realizar um plantio.
Recíproca, Jade disse que estava feliz com o momento e elogiou a mãe. Bem perto, outra mãe se orgulhava do plantio do filho, o Mohamed, de 27 anos. “Ele faz de tudo também. Gosta de fazer o próprio lanche. É um menino que demos todos os estímulos desde que nasceu e foi muito forte. Ele passou por uma cirurgia cardíaca, foram meses de sofrimento. E nós, enquanto pais, buscamos tudo o que fosse possível e melhor para ele”, comentou a mãe, a servidora pública federal aposentada, Sueli Sokem Dalloul, de 61 anos.
Em sua rotina, Mohamed teve a ajuda de especialistas e estudou e escolheu a fotografia como profissão. “Ele já participou de explosições, levando suas fotos até Nova Iorque. E trabalhou na área administrativa, em Brasília, depois no Rio de Janeiro, e hoje atua em uma franquia de farmácias aqui. É muito bom compartilhar a vida com ele”, encerrou.

Outros eventos:
Neste Dia Mundial da Síndrome de Down, a inclusão e o acolhimento também serão celebrados no 1º Jantar Fortalecer, a partir das 19h. Será no Buffet Spazzio CM, localizado na Avenida Progresso, número 449. O convite está R$ 60.
No sábado (22) ocorrerá o 2° Piquenique Solidário, na Concha Acústica Helena Meirelles. Veja o convite:
