Quase todas as casas da Rua do Comércio, na Vila Nhanhá, foram grafitadas por artistas de rua neste domingo (9) em Campo Grande (MS). O resultado foi encabeçado por um ex-morador do bairro e repaginou completamente o visual do local, transformando a via em uma verdadeira galeria a céu aberto.
A ação fez parte do projeto “Campão Graffiti: arte urbana e cultura”, idealizado pelo artista San Martinez, que viveu boa parte da vida na região.
De quinta (6) a domingo (9), grafiteiros participantes usaram a arte como expressão cultural e ferramenta de transformação social oferecendo oficinas de graffiti em escolas municipais de Campo Grande. O evento terminou com os muros da rua na Vila Nhanhá sendo coloridos pelos artistas.
Agora com vida, o endereço do bairro que sofre com estigmas envolvendo violência e vulnerabilidade social tornou-se um instrumento de expressão e democratização do acesso à arte.

“O grafite é isso, você vai para onde precisam”, comenta grafiteira que participou da ação
Artistas de fora do estado e do país estiveram presentes, reforçando o time que se uniu em nome da arte na capital sul-mato-grossense, como Ares Pillas (Luque-PY) e ArteurbanaPY (Pedro Juan Caballero-PY), além de criadores de cidades do interior de Mato Grosso do Sul, que também marcaram presença.
“Eu acho maravilhoso, porque são esses lugares que precisam da arte. A gente tem que levar para quem não tem acesso. O grafite é isso: você vai onde mais precisam, e é uma alegria. Para mim, o grafite é tudo”, comenta Gi Brandão, grafiteira pioneira de Dourados, foi selecionada para participar do evento.

Cria da Nhanhá quis transformar o ambiente onde cresceu
Grafiteiro e produtor cultural idealizador do projeto, San Martinez conta que a ideia do Campão Graffiti surgiu em 2023, quando ele e outros artistas começaram a pintar as ruas da Vila Marli sem recursos. Além disso, o responsável pela ação cresceu e morou boa parte da vida na Nhanhá e a ligação afetiva de sua história com o bairro o fez quer transformar um pedaço da região.
“A Nhanhá é o bairro onde eu cresci, onde vivi durante um bom tempo da minha vida e aqui sempre é estigmatizado, mal falado. Só que tem trabalhadores, pessoas que estudam, pessoas de bem, e a gente tá levando essa cultura, essa transformação social e visual pra esse bairro, pra que tenha cor, tenha vida. Temos que melhorar onde vivemos, e como eu morei aqui, eu vi o bairro muito sem cultura, sem incentivo, e agora a gente conseguiu trazer esse projeto pra cá”, comemora San.

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