VÍDEO: Músico de MS realiza sonho com show de MPB e bossa nova em escola pública, após mais de 20 anos
Juninho percorrerá, ao todo, sete escolas de Campo Grande, entre elas o colégio onde estudou durante toda a vida. Projeto foi aprovado pela Lei Paulo Gustavo
Graziela Rezende –
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A carreira consolidada, enquanto músico, instrumentista e compositor, em Campo Grande, jamais demonstrou o sonho que Edson Ribeiro de Arruda Júnior, o Juninho MPB, mantinha em segredo: um projeto onde levaria ensino musical ou um show com canções autorais, em escolas públicas, já que sempre estudou em uma e lá teve contato com instrumentos musicais. Agora, nesta quarta-feira (27), deu start ao sonho, com a apresentação na Escola Estadual Arlindo de Andrade Gomes.
“Achei muito legal o dia de hoje, até falei para diretora, ao final, que esta era a sensação que eu queria mesmo, que os alunos curtissem, gostassem do projeto, levando música diferente do que toca nas rádios. Ainda inclui uma música do Djavan, que tem uma mensagem legal, pra cima. E vi alunos D.A. [Deficiência Auditiva], então, que também curtiram, já que tínhamos a nossa intérprete, pensamos na questão da acessibilidade também”, afirmou Juninho ao MidiaMAIS.
Segundo o músico, o desejo está sendo colocado em prática graças ao incentivo da Lei Paulo Gustavo. Assim, após compor dezenas de canções autorais, dez delas já gravadas em estúdio profissional e com repertório para um novo disco, Juninho visitará, ao todo, sete escolas na capital sul-mato-grossense.
“Eu já pensava antes em rodar o interior do Estado, visitando as cidades satélite do Estado, mas, agora surgiu a oportunidade de realizar o projeto ‘Meu Mundo nas Escolas’, em Campo Grande. Vou primeiro ao Rui Barbosa, escola onde estudei a vida toda, onde minhas irmãs também estudaram e o meu filho estuda atualmente. As outras também são na região, além do Joaquim Murtinho, por exemplo, que é uma escola referência”, afirmou Juninho MPB.
Canções autorais foram feitas durante a pandemia
Há alguns anos, enquanto o mundo vivenciava o período da pandemia, Juninho MPB alimentava o “próprio mundo”, escrevendo canções que homenageiam familiares e também situações vividas por ele. Desta forma, no ano de 2021, saiu o disco Meu Mundo.
No ano seguinte, já pensando na divulgação do disco, o artista apresentou o repertório ao público, durante o Projeto Vertentes. Pouco antes, já havia passado pelo palco do Som da Concha, em setembro de 2021.
Ao falar sobre a inspiração para compor, Juninho MPB citou a célebre frase de Pablo Picasso: “Quando a inspiração vier ela vai me encontrar trabalhando”. Desta forma, o violão permaneceu seu parceiro, em todos os momentos, e assim nasceu as canções, entre elas Guinho, que foi uma homenagem ao primogênito. “É um prazer imenso poder mostrar as minhas músicas e ver a reação das pessoas”, comentou, na ocasião.
“Filho de peixe, peixinho é”: como tudo começou
Relembrar o início de sua trajetória é também relembrar que a casa, os churrascos de família e os pais sempre estiveram envolvidos com música e arte. Aos 7 anos, inclusive, Juninho, como já era chamado na época, lembra o momento em pegava instrumentos de percussão e ficava tocando, “batendo nas teclas”, como ele diz.
“Tinham as festas de família, os churrascos, e lá eu pegava os instrumentos e ficava tocando, batendo na tecla. O meu contato foi desde criança e é por isso que defendo que tem que ter música dentro das escolas. E eu sou aluno de escola pública, grande parte da minha vida foi tocando na escola. Lembro que minha mãe tocou em fanfarra, em Cassilândia, cidade onde nasceu, e aquilo ali sempre foi algo que eu quis tocar também. Quando teve uma oportunidade na escola, fui o primeiro a me matricular e tocava na banda”, relembrou.
Ainda garoto, com 13 anos, Juninho fala que teve contato com o violão. “Minha mãe sempre ficou cantarolando em casa. Meu pai tocava percussão e um amigo me ensinou três acordes, então, pegava o violão do Jackson, meu vizinho, e passava a tarde inteira tocando, até conseguir comprar meu primeiro instrumento”, contou.
No ano de 2008, o jovem passou a cantar na noite campo-grandense. “Eu dizia ser roqueiro na época, mas, em casa minha mãe escutava Zeca Pagodinho, Zezé Di Camargo e Luciano, Chrystian e Ralf, enquanto meu pai era Zé Ramalho e MPB em geral. Ou seja, o meu mundo sempre foi muito eclético e eu também queria tocar samba, Jorge Aragão e Zeca Pagodinho, até que o dono de um bar me apelidou de Juninho MPB e dali ficou este nome”, comentou.
Aos 34 anos, o músico comemora quase duas décadas de carreira e falou que enfrentou muito preconceito, até mesmo no ambiente familiar. “É um sina, que tentei fugir e nunca consegui. Comecei estudando engenharia de produção, mas, tinha que tocar, tinha filho pequeno na época. Depois, troquei para filosofia, achei que dava para conciliar, mas, a esposa ficou grávida e não dava para tocar somente aos fins de semana. Fiquei nove anos fazendo faculdade, fiz geografia também, tudo fugindo da música, que aprendi de forma autodidata. Hoje a minha vontade é realmente me especializar em MPB”, ressaltou.
Atualmente, orgulhoso da profissão que escolheu, Juninho diz que ama o que faz e que o violão é o seu “grande parceiro de vida”. “Aprendi a tocar guitarra também, baixo elétrico, acústico, cavaco e viola. Hoje sou multi-instrumentista, toco sozinho ou com a banda, em bares, casamentos, onde tem a necessidade de música eu estou. E aí tem muita história, algo que pretendo contar aos meus netos”, finalizou.
Serviço: As próximas escolas a serem visitadas pelo artista são: EE. Professora Clarinda Mendes Aquino – 28/11 – 9:30, EE. Joaquim Murtinho – 28/11 – 15h, *EE. Maria Constança de Barros – 29/11 – 9h, EE. Professora Alice Nunes Zampiere – 4/12 – 9:30, EE. Rui Barbosa – 5/12 – 9h e EE. Emygdio Campos Widal – 6/12 – 14h.
Confira alguns momentos do primeiro show de Juninho MPB:
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