Rei do gado da ‘vida real’, Laucídio Coelho foi empresário moderno e deixou legado em Campo Grande
Pecuarista e empresário foi símbolo dos tempos modernos em Campo Grande
Graziela Rezende –
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1885 é um ano que ficou marcado como um vilarejo fora-da-lei em Campo Grande. Em outras províncias, as notícias que chegavam não eram nada alentadoras, não havia segurança alguma e as mais de 300 famílias – estabelecidas ali desde 1879 – conviviam com assassinatos, estupros, raptos e violação da propriedade alheia.
Anos depois, houve a chegada da primeira subdelegacia de polícia e, assim, os primeiros sinais do progresso. Outro símbolo dos tempos modernos foi o trabalho visionário de Laucídio Coelho, que nasceu no dia 29 de agosto de 1886 e aqui se tornou o rei do gado. O pecuarista e empresário consta no livro Campo Grande 150 anos de história, de Sérgio Cruz.
“Filho de José Justiniano de Souza Coelho e Maria de Souza Coelho. Da fazenda Divisa, seus pais mudaram-se para a fazenda Bela Vista, Município de Rio Brilhante. Desde cedo – conta Lélia Rita de Figueiredo Ribeiro – se acostumou com a vida do campo e a criar o seu próprio gado.
Em 1911 casou-se com Lúcia Martins, mulher prestimosa e companheira de luta. Laucídio já contava então com 700 reses para começar sua vida de casado, acrescidas que foram com as 540 reses de dona Lúcia”, diz o livro.
Anos depois, em 1919, Laucídio já era o décimo maior proprietário de terras do município de Campo Grande, sendo dono de 36 mil hectares. Laucídio foi um empresário moderno, o qual tinha técnicas sofisticadas em suas propriedades, relacionadas ao manejo.
Rei do gado teve 12 filhos; 2 deles entraram na política
Ao mesmo tempo, também entrou no mercado financeiro, como acionista do Banco Financial de Mato Grosso, instituição de crédito do Estado, incorporada ao antigo Bamerindus.
O casal teve 12 filhos, sendo que Italívio e Lúdio se destacaram na política. O primeiro como deputado estadual de Mato Grosso (1947) e senador da República. Já o irmão foi senador da República e prefeito de Campo Grande por dois mandatos.
Ainda em vida recebeu homenagem da cidade e da classe produtora, que deram o seu nome ao parque de exposições onde se realizam as maiores feiras agropecuárias do oeste brasileiro. Faleceu aos 88 anos, no dia 3 de dezembro de 1975.
Nasce Camilo Boni, pioneiro na arquitetura da cidade
Outro personagem importantíssimo para Campo Grande é Camilo Boni, nascido no dia 21 de agosto de 1889. Pioneiro na arquitetura, nasceu em Modena, na Itália e diplomou-se perito em Agrimensura, Arquitetura e Engenharia no Reggio Instituto Técnico Jacoppo Barozi. Em 1919 muda-se de São Paulo para Campo Grande.
Aqui, iniciou contato com os padres da Missão Salesiana de Mato Grosso, “tendo recebido como encomenda de trabalho – segundo Ângelo Arruda – projetar a Catedral de São José, igreja matriz da cidade, no terreno ocupado pelo Rádio Clube, que acabou não sendo construída”. Em 1921, Boni
assume a função de engenheiro municipal e de chefe da Seção de Engenharia da Intendência Municipal, na administração dos intendentes Arlindo de Andrade Gomes e Arnaldo Estevão de Figueiredo.
Na função, fez o levantamento da planta da cidade, visando preparar a implantação dos quartéis do
exército. “Na administração pública, na área de urbanismo e paisagismo – destaca seu biógrafo – realizou o Plano de Melhoramentos de Ruas e Calçadas, com levantamento e perfil de cada uma das vias urbanas; padronizou as calçadas e passeios; embelezou a av. Afonso Pena com árvores vindas da chácara do intendente Arlindo Gomes; projetou, fiscalizou e implantou o traçado urbanístico do bairro Amambaí, o primeiro bairro de Campo Grande.
Do coreto da Praça Ary Coelho a Igreja de Santo Antônio
O ano era 1921 e, parte das obras já estava em andamento, como o coreto da Praça Ary Coelho, diversas pontes e estradas vicinais ligando os distritos de Jaraguari, Rio Pardo e Terenos, escolas rurais e urbanas”.
Como arquiteto e urbanista projetou, entre outras obras, a Santa Casa de Campo Grande, o horto florestal, a igreja matriz de Santo Antônio, demolida na década de 80, o prédio da Escola Joaquim Murtinho, a loja maçônica da avenida Calógeras, o colégio Dom Bosco e o projeto inicial do colégio Auxiliadora.
Em outras cidades, Camilo Boni trabalhou nos projetos e obras das igrejas católicas de Jaraguari, Aquidauana, Guiratinga e Alto Araguaia. Em Bela Vista, onde residiu de 1938 a 1946, exerceu as funções de secretário de obras do município. Em 1948, no governo de Arnaldo Estevão de Figueiredo, exerceu o cargo de Delegado do Departamento de Terras do Estado de Mato Grosso e chegou a secretário de Agricultura.
Em 1963 assumiu a função de agente regional do sistema SESC/SENAC, até 1968, e depois, diretor do Serviço Social do Comércio, até 1974, ano em que faleceu.
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