MidiaMAIS viu: ‘Silvio’ não faz jus à história do apresentador e se resume em famoso sequestro

Fracasso do filme é reflexo da escolha por um roteiro pobre que reduz a história do artista a ‘mediador de sequestro’

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Filme Silvio (Divulgação)

Das três redes de cinema existentes em Campo Grande, apenas duas exibiam o filme “Silvio”, nesse domingo (22), e somente com um horário disponível, enquanto outros tinham programação de hora em hora. O fracasso de público é reflexo da escolha por um roteiro pobre, que reduz a história do artista mais imitado, bem-sucedido e, quiçá, mais famoso do Brasil, a ‘mediador de sequestro’, deixando-o inclusive em segundo plano para deixar em primeiro plano o seu algoz: Fernando Dutra Pinto.

As cenas iniciais já mostram emoção e um tiroteio, narrando a fuga cinematográfica do sequestrador da “filha do patrão”. Ao todo, Patrícia ficou sete dias longe de casa, dirigindo o próprio carro, após os bandidos exigirem meio milhão de reais, e a garota dizer que nada aconteceu com ela e chegou até a rezar com os envolvidos.

As cenas seguintes mostram o homem por trás do personagem Silvio Santos, o Senor Abravanel, como líder de sua família e feliz por ter a filha de “número 4” de volta em casa. No entanto, dois dias depois, Fernando pula o muro e rende o apresentador, interpretado por Rodrigo Faro. A partir daí, o filme até parece que vai melhorar, mas, é só ladeira abaixo.

(Graziela Rezende/Jornal Midiamax)
(Graziela Rezende/Jornal Midiamax)

Aliás, a adrenalina inicial vai mudando e transforma o “homem do baú” em uma figura paternal, a qual permaneceu oito horas em casa negociando e enrolando o jovem bandido até a tragédia mudar de rumo. Nestes momentos, flashes retratam a infância, mocidade e a pessoa que estendeu a mão para Silvio Santos: o empresário e locutor Manoel de Nóbrega.

No entanto, parecendo cortes de filme de terror psicológico e psicodélico, atrapalha a boa atuação dos atores e até confunde, já que o “Silvio jovem” nada tem a ver com o “Silvio velho”. A impressão que fica é que histórias paralelas estão sendo contadas ali, de personagens completamente diferentes.

(Graziela Rezende/Jornal Midiamax)
(Graziela Rezende/Jornal Midiamax)

No ano de falecimento do icônico apresentador, o que o público imaginava eram homenagens. Aliás, quem tem esperança, ainda fica ali na sala de cinema, aguardando os pós-créditos para algo neste sentido, mas, nada, nadinha.

Aliás, é apenas no início, que os espectadores leem a frase no canto da tela: “Do mundo não se leva nada, vamos sorrir e cantar”, Silvio Santos, 1930 – 2024. Enfim, perdeu a chance de mostrar ao mundo o talento de um homem de sucesso, alegre e cativante, cuja inovação na TV brasileira e ascensão social é notória.

Veja aqui o trailer do filme:

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