Poderia dizer que Enrolados é o melhor filme da Disney, já que mescla emoção, aventura e musicalidade, na medida certa? Sim, poderia. No entanto, ouso dizer que Divertida Mente é a obra cinematográfica mais inteligente, falando das emoções e deixando um recado gigantesco sobre saúde mental neste mundo maluco que vivemos. O MidiaMAIS assistiu e vai falar um pouquinho sobre o que achou…
No estilo “coisas que ninguém te conta”, mostra que, em alguns momentos da vida, tristeza e alegria caminharão juntas. E, para ser feliz, é necessário entender que a vida não é perfeita e talvez você tenha que viver momentos tristes para se fortalecer. Além disso, a obra, nesta nova versão, discute sobre ansiedade, tédio e inveja de uma maneira jamais vista.
O brilhantismo deste roteiro – escrito por Pete Docter, Meg LeFauve e Josh Cooley – se baseia na mente de Riley, uma garota que até então viva uma mescla se sentimentos como alegria, tristeza, medo, nojinho e raiva. No entanto, a adolescência traria não só espinhas, mas, um turbilhão dentro de si. Assim, conceitos de psicologia são usados para falar sobre a personalidade dela, como está o seu inconsciente, sonhos e até mesmo crises de ansiedade e depressão, o mal do século sendo claramente expostos.
O longa-metragem inicia com Riley participando de uma partida de hóquei, o qual vai mostrando as emoções dela durante o intervalo. No entanto, tudo passou muito rápido e logo ela retorna para a partida. Quando ganhou, logo veio mais uma memória positiva e um convite da técnica, para participar de uma colônia de hóquei e assim ter a oportunidade de integrar o time “das mais descoladas”.
Já em casa, recebe apoio dos pais, que conversam e a ajudam a “eliminar emoções tristes”. Ao dormir, pensa que é uma boa amiga, uma pessoa legal e isso vai moldando a sua personalidade, até que a puberdade chega com tudo e a transforma. Assim como na vida real, a até então garotinha acorda com espinha no rosto e “respondona”, xingando a mãe por nada e ainda dizendo: “Eu estou fedida, um nojo”, mostrando que os hormônios típicos desta fase estão gritando dentro de si.
Ansiedade toma conta ao conhecer ‘nova galera’
Nesta “prévia hormonal” dos próximos dez anos, Riley vai com as amigas para outra escola e, após ouvir conselho da mãe para não esquecer o desodorante, desce do carro e já encontra com a galera do ensino médio, deixando a ansiedade tomar conta. Na sequência, começa a conversar com a capitã e aí a vergonha e o tédio (ou deprê) chegam como novas emoções, fazendo a se sentir “meio inútil”. Mas, no decorrer do filme, vamos entender que cada emoção é necessária para o amadurecimento da personagem.
Em algum momento, a comédia nos tira gargalhada com “a nostalgia”, aparecendo antes da hora na representação de uma vovó. Voltando ao diálogo, a adolescente encontra as amigas e vai para o treino, recebendo ordens da treinadora para ficarem sem celulares e partindo para o treino pesado. Após um tempo, Riley vê que as garotas estavam falando dela e aí várias emoções entram em conflito.
A alegria então “perde o comando”, além de outras emoções que ficarão mais reprimidas, mesclando momentos de negações, voltando nas memórias e trazendo à tona esta busca pelo fluxo da consciência.
Recado do filme: somos uma fábrica de emoções
Desta forma, Divertida Mente 2 mostra que somos uma fábrica de emoções e que todas devem ser sentidas, sendo necessário controlar tudo isso até para ter um sono equilibrado e pedir perdão. Ao fim, o que vemos é que a personagem é perfeita mesmo em cada pedacinho confuso e lindo dela.
Em Campo Grande, o filme está em cartaz em todas as redes de cinema, de hora em hora, com sessões lotadas.
Confira o trailer oficial de Divertida Mente 2:
