Justiça por Duke: família paga R$ 3,5 mil para transporte a MS e empresa deixa cachorro definhar até a morte

‘Nova vida’ em MS seria com o Duke, mas o que restou foi o luto e casinha o aguardando

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(Ericka Castro/Arquivo Pessoal)

Uma família manauara está sofrendo enlutada a perda do Duke, pet que há oito anos os acompanhava e teria nova vida em Mato Grosso do Sul. Assim, após muito planejar o transporte que – em tese – seria melhor para o animal, investiram R$ 3,5 mil e aguardavam a chegada dele, em Campo Grande. No entanto, o que receberam foram imagens dele morto e sendo enterrado, enquanto a casinha, quase pronta, o aguardava aqui em seu novo lar.

“Meu namorado arrumou um bom emprego aqui e foi o primeiro a vir. Depois, transferi a minha faculdade e o meu pai, que trabalha com marcenaria, estava transferindo a empresa dele para cá. A minha mãe ainda está em Manaus, está vindo em breve. E foi ela quem ficou lá com o Duke e conversou com a empresa. Todos nós confiamos no trabalho deles, em tudo o que prometeram, mas, simplesmente deixaram o Duke preso em uma caixa por dias, definhando até a morte”, alegou a estudante de odontologia, Ericka Castro, de 25 anos.

Conforme a estudante, com recentes casos ocorridos, de transportes de pet em aeronaves, a família acreditou que o transporte terrestre seria a melhor opção. “Uma pessoa de Campo Grande indicou uma empresa, dizendo que tinha trazido dois pets para cá sem problemas. Só que não achamos a empresa e depois vimos esta outra, que tinha site e aparentavam ser super profissionais, mas, não tinham nenhum preparo”, lamentou.

Ericka, que usou as redes sociais para denunciar o caso, ressaltou que Duke morreu na última sexta-feira (8). “O transporte na aeronave ficaria em torno de R$ 1 mil e, neste caso, pagamos R$ 3,5 mil porque disseram que ele iria passear, iriam mandar vídeos, mas, ele morreu preso dentro de uma caixa, em Machadinho do Oeste, Rondônia”, argumentou.

(Ericka Castro/Arquivo Pessoal)

Empresa teria alegado ter experiência com pets

Conforme a estudante, a família preencheu um formulário e assinou um contrato com a empresa Mobily Pets, ressaltando que era um cachorro bravo, porém, eles teriam alegado ter experiência. “Ele embarcou na terça, dia 5 de novembro. E logo eles ficaram sem sinal, porque entraram na BR-309, que é a que sai de Manaus e aí falaram com a gente um dia antes dele morrer, comentando que não estavam conseguindo tirar ele de dentro da casinha. A minha mãe foi conversando, pedindo vídeos, só que não mandaram nada, sempre alegando que ele era agressivo”, relembrou.

No dia seguinte, ainda conforme a estudante, a empresa deu a notícia do falecimento do cão. “Eles tinham, no mínimo, que ter aquela luva de adestrador para usarem, mas, acho que nem isso. Só falavam que ele estava latindo, estressado, mas, é óbvio, porque era tudo muito desconhecido para o Duke, ele não tinha este costume. Se fosse o caso, no primeiro dia, poderiam devolver o cachorro, mas, ele ficou praticamente quatro dias preso, sem poder fazer xixi, sem se alimentar, nada, já que não abriram a caixinha para ele sair. A raça Sharpey não faz as necessidades onde ele fica”, disse.

Casinha do Duke estava sendo finalizada em MS (Ericka Castro/Arquivo Pessoal)

Como a situação se agravou, a estudante diz que o animal foi encaminhado para um centro veterinário. “Eles falaram que buscaram socorro, só que levaram o cachorro já morto para o local. Nós entramos em contato com o profissional e ele disse que o Duke estava com manchas no corpo. Colocaram adrenalina, mas, nem atendimento teve direito, porque ele já estava sem vida, então, foram lá só pegar o atestado de óbito e aí nos pediram autorização para enterrar, sem mais informações”, comentou.

De acordo com a estudante, o veterinário também alegou estar “revoltado” com a situação. “Disse que tentaram entubar e saiu um líquido preto da boca, que é sugestivo de quando o animal não pode fazer as necessidades, que prende e volta tudo, um líquido preto de fezes. Ou seja, ele praticamente foi deixado dentro de uma caixa para definhar e morrer. Ele não teve nenhum cuidado, esta empresa que alega ser transportadora de animal não tem preparo nenhum”, afirmou.

O que a empresa diz?

A reportagem entrou em contato com a empresa, questionando as alegações da família, e alegaram que o “setor jurídico está apurando todos os fatos e, em breve, retornarão com um posicionamento”. Além disso, a Mobily Pets comentou que irá esclarecer, de forma transparente, todo o ocorrido.

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