Há 10 anos, bazar é terapia para aposentada que não dispensa boa conversa e roupas no ‘precinho’

“Eu sou aposentada, mas não gosto de ficar em casa. Eu não tenho quase nada pra fazer lá. Então, se eu fico em casa, tenho que receber visita. Prefiro vir pra cá, conhecer gente e conversar com as pessoas”. É com esse jeito bem-humorado que a reportagem é recebida pela aposentada Bete Pereira Santos da […]

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bazar da bete
(Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

“Eu sou aposentada, mas não gosto de ficar em casa. Eu não tenho quase nada pra fazer lá. Então, se eu fico em casa, tenho que receber visita. Prefiro vir pra cá, conhecer gente e conversar com as pessoas”. É com esse jeito bem-humorado que a reportagem é recebida pela aposentada Bete Pereira Santos da Silva, de 83 anos, que há 10, trabalha em seu bazar, no gramado da Catedral Nossa Senhora da Abadia, no centro de Campo Grande.

Bete tem bazar há 10 anos. (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

Segundo ela, além de descontrair e conhecer novas pessoas, o bazar também contribui com um dinheiro extra que complementa sua renda fixa. Como é “pouco o dinheirinho”, o valor das vendas é usado para comprar algumas verduras e seu favorito, o puchero.

Mas Bete não fica sozinha. Entre um atendimento e outro, conversamos com o neto dela, o jardineiro Márcio Ferreira, de 32 anos. Desde a pandemia, sempre que pode, ele revesa os trabalhos com a avó que, devido à idade, tem ido apenas às terças e sextas-feiras na praça.

Segundo Márcio, como ele presta serviço em várias casas da cidade, muitos contratantes entregam peças de roupas para contribuir com o bazar. Assim, sempre há novas roupas a venda. O jardineiro enfatiza que o propósito da avó sempre foi possibilitar que pessoas com pouco orçamento tivessem a oportunidade de adquirir novas peças ao vestuário. Por isso, os itens custam, no máximo, R$ 20.

“E mesmo sendo barato, quando ela vê que a pessoa não tem dinheiro ou está em situação de vulnerabilidade, ela doa. Ela é muito generosa”, afirma.

Hoje, quem quer comprar uma peça do bazar pode ir até a catedral entre as 6h e 15h30. As vendas acontecem com autorização da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).

Peças disponíveis para venda no bazar de Bete. (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

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