Dona Maria dos Santos, de 87 anos, saiu de casa logo cedo para comprar um bolo de pote do Santo Antônio, conhecido como casamenteiro. Muito antes, quem já planejava a confecção do bolo era Fernanda Côrrea, que ficou doente, se recuperou e atribuiu o milagre ao mesmo Santo. São histórias que se conectam e fazem milhares de campo-grandenses madrugarem, todos os anos, no dia 13 de junho, para adquirem o bolo e assim sonharem com o casório ou então agradecerem a graça alcançada.

Neste ano de 2024, a fila começou a ser formada às 5h desta quinta-feira (13). O atendimento teve início às 6h30, quando também iniciou um leve congestionamento no cruzamento da Rua 15 de Novembro com a Travessa Lídia Baís, onde fica localizada a Catedral Nossa Senhora Abadia e Santo Antônio de Pádua. Além do atendimento presencial, pelo segundo ano consecutivo, está ocorrendo a entrega em sistema drive-thru.

(Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

“O atendimento está sendo rápido e a entrega também. São, ao todo, 15 mil bolos confeccionados, com 2 mil alianças e ao custo de R$ 10 cada. Temos aqui mais de 100 voluntários envolvidos e hoje o sentimento é de gratidão, dever cumprido e emoção em ver essas pessoas aqui, desde às 5h”, comentou a coordenadora Fernanda.

Até o momento, ela disse que não viu ninguém mostrar a aliança, principalmente porque a maioria das pessoas deixa para abrir a embalagem em casa. No entanto, pede que, quem achar, marque o Instagram da Paróquia Santo Antônio, que é @oficialcatedralsantoantonio.

‘Estar aqui é um milagre, uma graça alcançada’, diz coordenadora

Em fevereiro deste ano, Fernanda teve um problema de saúde e, com a cura rápida, atribuiu o milagre a Santo Antônio. “Eu fui diagnostica com a síndrome de guillain-barré neste último mês de fevereiro. Fiquei dois meses no hospital, na cadeira de rodas. Fui dormir em um dia e, no outro, já estava tudo paralisado. Daí eu pedi a intercessão de Santo Antônio. Faço parte da comunidade aqui, tenho uma fé muito grande nele e sou devoto, então pedi para ele interceder junto à Nossa Senhora”, relembrou.

Bolo de Santo Antônio, conhecido como casamenteiro (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)
Bolo de Santo Antônio, conhecido como casamenteiro (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Na ocasião, disse que muitas pessoas questionavam a ela sobre o dia 13 de Junho. “Elas perguntavam do bolo e eu sempre respondia: ‘Vou estar lá’. E tenho certeza que me recuperei por isso, por conta da minha fé dela e isso é uma graça do Santo Antônio, é um milagre eu estar aqui. Passa um filme na cabeça de tudo o que passei e essa graça alcançada. Todo mundo lembra dele como santo casamenteiro, mas, é um amigo de Jesus, então, pode interceder, é o santo da prosperidade também”, disse a coordenadora.

‘Quero casar, quem sabe esse ano’, diz devota de 87 anos

A vontade de casar é tamanha que Maria dos Santos, de 87 anos, saiu do bairro José Abraão e foi novamente comprar um bolo de Santo Antônio. “Todo ano eu venho para pegar o bolo, mas, nunca achei aliança. Neste ano, vou levar um bolinho só, mas, eu ainda tenho esperança porque quero casar, quem sabe esse ano”, disse.

Fila extensa começou a ser formada às 5h desta quinta-feira (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)
Fila extensa começou a ser formada às 5h desta quinta-feira (Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax)

Já Lucimara da Silva, que é casada há 24 anos, “madrugou” para pegar bolo para as filhas, que também querem casar e ter um relacionamento duradouro, assim como o dela. “Meu marido sempre me acompanha e compramos para as nossas filhas. Acho que a fórmula para um casamento duradouro é muita paciência”, disse ela, logo após adquirir cinco bolos.

Lucimara brinca que, anualmente, pega o bolo para as filhas. “Querem casar de verdade e estou tentando, todo ano venho pegar. Vamos ver se esse ano sai aliança”, finalizou.

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