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Descoberta do câncer em meio à ‘loucura da advocacia’ fez Iacita retratar mulheres e fauna pantaneira

Assoberbada de trabalho, Iacita precisou de uma pausa e descobriu um novo talento
Graziela Rezende -
(Iacita Azamor/Arquivo Pessoal)

A descoberta do câncer ocorreu enquanto Iacita Azamor, de 67 anos, estava assoberbada de trabalho. Advogada cível e trabalhista, disse que a rotina era intensa e foi um momento de pausa, o que a fez descobrir, de forma autodidata, um novo talento: a pintura fiel de mulheres e a fauna pantaneira. Atualmente, acumula ainda mais cargos e continua a luta contra a doença, já que teve mais um diagnóstico, porém, segue com alegria atuando em prol do público feminino e fazendo retratos fiéis que mais parecem fotografias tamanha a perfeição.

“A minha coleção mais atual é a do Pantanal. São, ao todo, cerca de 15 telas. Fiz a arara-azul, onça, vegetação característica nossa, mulheres com nossos morros ao fundo, capivaras, nosso pôr do sol, bailarinas, vou fazendo vários combinados. Sou de uma geração onde tínhamos muitas barreiras. Lembro que me formei e chegava no Fórum, na Defensoria Pública, só tinha homens por lá. Passei no concurso do Banco do Brasil e só tinha outras quatro mulheres lá. Falar da mulher é uma causa minha, então, fazem parte das minhas telas também”, afirmou Iacita.

(Iacita Azamor/Arquivo Pessoal)

Atualmente, enquanto presidente do CMDM (Conselho Municipal dos Direitos da Mulher), diretora jurídica e coordenadora da comissão de educação e cultura da BPW (Associação de Mulheres de Negócios), além de assumir, neste mês, a superintendência da Casa da Mulher Brasileira, além de ter feito pós-graduação em direito humanos e políticas públicas voltadas as mulheres, diz que o contato com o público feminino é constante e, por isso, gosta de retratar a beleza feminina.

“Gosto de pintar bailarinas, dançarinas, a mulher indígena, negra, deficiente, mães solo, então, é assim bem abrangente. Eu também me casei, tive três filhas mulheres. Minha família tem muitas mulheres e sei das dores que enfrentam. E para muitos ainda parece bobagem, mas, vejo que quando alcança mulheres alcançam um cargo, ainda sofrem dificuldade para exercer, tem que não a deixe implementar os seus projetos”, argumentou.

(Iacita Azamor/Arquivo Pessoal)

Em anos anteriores, Iacita diz que comercializava as telas e participava de exposições, mas, atualmente, apenas expõe o trabalho em suas redes sociais. “Tenho um ateliê e um quarto em casa, lotado de telas. Só que não é o meu foco a venda, é quando acontece mesmo, quando alguém pede. Eu lembro que, a primeira vez que fiz uma exposição, escrevi tudo ‘vendido’ de mentira, porque tinha o maior ciúme das minhas telas. Hoje não faço isso mais”, relembrou, aos risos.

Sobre a descoberta do câncer, Iacita fala em algo genético, a qual enfrenta com força e lucidez. “Foi aí que eu quis extravasar. Vivia com ansiedade, sobrecarga de trabalho e emocional, então, foi uma forma de extravasar. Estava na loucura da minha profissão e hoje a minha saúde mental é prioridade. Depois eu fui fazendo um curso e outro, mas, isso tem cinco anos e eu pinto há uns 18, 20. Comecei no artesanato e, por indicação de uma professora, fui levando para o lado da pintura. Ela falava da minha criatividade e eu sempre gostei mesmo de trabalhos manuais”, finalizou.

Conheça mais alguns trabalhos da artista de MS:

(Iacita Azamor/Arquivo Pessoal)
(Iacita Azamor/Arquivo Pessoal)
(Iacita Azamor/Arquivo Pessoal)
(Iacita Azamor/Arquivo Pessoal)
(Iacita Azamor/Arquivo Pessoal)
(Iacita Azamor/Arquivo Pessoal)

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