A busca por ajuda, o atendimento humanizado e o acesso à Justiça. Todo o acolhimento da Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande, foi exposto em um livro, dando voz às vítimas de violência e mostrando o desafio que é retomar a liberdade e autonomia para estas mulheres. O lançamento ocorreu nesta segunda-feira (4), iniciando a programação alusiva ao Dia Internacional da Mulher, comemorado todo dia 8 de março.

“A importância deste livro é ter o registro de histórias de mulheres que vieram até a Casa da Mulher Brasileira, buscaram essa ajuda profissional, receberam um atendimento humanizado, um acolhimento humanizado e teve acesso à Justiça. Então, esse livro concretiza o nosso desafio, que é conferir às mulheres vítimas de violência uma vida digna e com respeito. Significa liberdade e autonomia para essas mulheres”, afirmou ao Jornal Midiamax Carla Stephanini, que é subsecretária de Políticas para Mulheres, da PMCG (Prefeitura Municipal de Campo Grande).  

Ao todo, 14 mulheres deram o seu relato e falaram dos atendimentos dos serviços integrados da Casa. “Estamos com uma agenda de março intensa. Eu destaquei na minha fala a questão desse programa Meninas Fortes, que vamos fazer com a Educação. E também participando da Operação Atria, que é do Ministério da Justiça, e aqui no Estado, que é comandada pela Polícia Militar e Polícia Civil, que vamos atuar tanto na parte educativa, como na parte preventiva e, obviamente, a polícia na parte repressiva”, disse Carla.

Além destas atividades, ocorre o serviço com os agentes municipais de saúde. “Este profissional é muito importante, porque ele está no cotidiano das famílias e consegue perceber a dinâmica ali, inclusive, se há alguma vítima de violência dentro daquele espaço, uma mulher que seja vítima, então, nós também faremos esse trabalho de formação com estes agentes de saúde, porque nós sabemos que a saúde também é uma porta de entrada para as mulheres vítimas de violência”, ressaltou Stephanini.

(Anna Gomes/Jornal Midiamax)

Já na próxima sexta-feira (8), no dia específico da Mulher, serão feitas ações nos CRAS (Centros de Referência de Assistência Social) da cidade. “É um momento que vamos oferecer diversos serviços e atividades a estas mulheres e informação. Nós precisamos difundir cada vez mais a informação dos direitos das mulheres, as próprias mulheres, porque para saber acessar os nossos direitos nós precisamos conhecê-los. Então o mês de março também é isso”, finalizou Carla.

Presente no evento, Manuela Nicodemes disse que a importância do livro é fundamental. “Nós que estamos no espaço de promover, articular as políticas públicas para as mulheres, às vezes, nos comunicamos e atuamos muito entre nós, falamos para os mesmos agentes de política pública, para quem está no espaço de poder, mesmo de forma transversal. Quando nós discutimos e ouvimos as próprias mulheres que são atendidas pela rede especializada, por exemplo, de atendimento à mulher, a gente acaba tendo um panorama geral, local e da vida real de como está as políticas públicas, então, uma publicação que dê voz a essas mulheres, que publicize essas histórias, é muito importante para que a gente saiba e recalcule alguma rota eventualmente”, opinou.

Conforme Manuela, o reconhecimento ao trabalho também se dá com a leitura e o acesso à informação. Assim como ela, a prefeita Adriane Lopes argumentou que a Casa da Mulher Brasileira, de Campo Grande, hoje é referência para o país e por isso a escolha em lançar, neste local, o calendário oficial do mês de março.

“Teremos várias ações voltadas para as mulheres, as conscientizando das políticas públicas que Campo Grande oferta em sua defesa e trazendo também novidades, como o lançamento do livro, com relatos de mulheres campo-grandenses, que estão contribuindo com a sua história, para que a gente possa trabalhar preventivamente no combate à violência contra as mulheres na nossa Capital. Oito de março está aí e neste mês nós teremos aí uma extensa programação, mostrando uma parceria com o governo do Estado”, ressaltou Lopes.

Programa Meninas Fortes

Sobre este programa, Adriane explicou que é uma ação já preventiva, a qual leva informação para as meninas matriculadas na rede pública municipal, fortalecendo esse posicionamento, esse combate à violência, mas, já preventivamente. Neste caso, a prefeita fala que os meninos também são envolvidos e assim crescem sabendo dos direitos e até maneiras de se protegerem, caso seja necessário.