Há 13 anos, casa no bairro Santo Antônio é decorada por Elizabeth com enfeites únicos de Natal
Decoração exuberante chama atenção em residência do casal Elizabeth e Júlio, no bairro Santo Antônio
Monique Faria –
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Decorar a casa para a chegada do Natal ainda é uma tradição para muitas famílias brasileiras. Na casa de Elizabeth e Júlio, por exemplo, é uma tarefa quase obrigatória há 13 anos. Os enfeites, entretanto, passam longe do básico, pois a decoração exuberante é de encher os olhos de quem passa pela Rua Pedro Medeiros, no bairro Santo Antônio.
Com estátuas de Papai Noel de todos os tamanhos, pisca-piscas de todas as cores, guirlandas, quebra-nozes e presépios de vários estilos, a casa chega a ser um ponto de referência no bairro. A responsável por toda a decoração, Elizabeth Glisolia Strobel, de 73 anos, recebeu nossa equipe de reportagem com grande empolgação.
A dona da casa mostrou com orgulho cada cantinho, enfeite por enfeite. Aliás, alguns deles foram fabricados com suas próprias mãos, como os quadros bordados com temas natalinos. “Os quadros de ponto cruz eu que bordo, cada época tem um quadro bordado por mim. Eu fiz também as almofadas e as cortinas de Natal”, conta.
O gosto por atividades manuais surgiu há alguns anos, quando Elizabeth foi diagnosticada com depressão. “Eu tive depressão há muitos anos e a recomendação que me deram foi para me ocupar. Sei fazer tricô, crochê, mas agora o que estou gostando mesmo é de bordado”, afirma.
Contudo, mesmo gostando de fazer os enfeites personalizados, fazer compras de novos enfeites de Natal é um evento anual para Elizabeth. “Eu prefiro comprar mesmo, tem tanta coisa bonita nas lojas. Cada ano eu compro uma coisinha nova. Esse ano foi a base da árvore de Natal, que deu um charme especial para ela”, conta.
Decoração de Natal é montada anualmente há 13 anos
A tradição de decorar a residência já dura 13 anos. Nesse período, Elizabeth foi colecionando relíquias temáticas em sua casa, alguns comprados por ela mesma e outros ganhados de presente.
“Eu tenho um quarto lá nos fundos cheio de caixas de plástico, onde ficam guardados os itens de decoração. Tem de Páscoa, Natal e São João, que eu costumo montar quando não viajo”, explica.
Entre os enfeites, os Pinóquios chamam atenção pendurados nos lustres da casa. Esses, além de combinarem com o tema festivo, têm um motivo especial para estarem ali.
“Minha família é italiana e tem uma tradição que toda família italiana tem que ter um Pinóquio. Então, minha irmã foi para a Itália e trouxe para um para mim e um para ela. Eu sempre amei o Pinóquio. Tenho também o Geppetto e o Pinóquio”, conta Elizabeth.
Marido de Elizabeth, o arquiteto e urbanista Júlio César Diniz, 66 anos, conta com orgulho que a decoração foi toda pensada pela esposa. “A decoração desse ano é mérito dela. Tudo foi ela que fez, e não acha nada igual por aqui”, comenta.
Assim, a missão de colocar os enfeites demorou cerca de uma semana, começando pela árvore com personagens da Disney, e se estendendo para a parte externa da casa. “Ano passado eu contratei uma empresa para arrumar a decoração, foi quase R$ 5 mil. Esse ano decidi fazer sozinha, foi mais de uma semana montando aos poucos, e ficou bem mais enfeitado”, explica Elizabeth.
Tradição natalina foi herdada pelos pais europeus
Conforme Elizabeth, a tradição de Natal veio de seus pais, que são europeus. Assim, desde criança ela costumava montar a árvore e o presépio com sua família. Este, continua guardado em sua casa, e participa da decoração todos os anos.
Mesmo com marcas do tempo, as estatuetas do presépio dão um toque especial para o cenário natalino. “Está um pouco desgastado, mas está inteiro. Esse é meu primeiro presépio, mas depois dele comprei outros. Tem um bem grande que fica dentro da casinha”, mostrou.
“Eu herdei essa tradição dos meus pais. Desde criança tinha esse gosto pelo Natal. Meus pais faleceram e eu pensei ‘vou ter que continuar’. Meu marido é arquiteto e reformou a casa para deixar do jeito que a gente queria. Desde então, faço a decoração”, diz.
Além da tradição dos enfeites, Elizabeth mantém uma outra: desmontar a árvore no dia 6 de janeiro (dia de Reis), fazer um bolo especial e distribuir para os vizinhos. Assim, ela começa o ano fazendo uma boa ação.
“Quando eu não viajo, desmonto a árvore no dia 6 de janeiro, faço bolo de Reis e distribuo para meus vizinhos. O bolo tem frutas cristalizadas, uvas-passas, leite condensado e melado. Fica uma delícia! A tradição é fazer e distribuir, não ficar com ele só para você”, conta.
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