Casa de madeira é moradia de Onita há 54 anos, que não deixa ninguém falar mal do bairro Guanandi

Onita gosta muito do bairro e diz que “nunca ninguém mexeu em nada”

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(Graziela Rezende/Jornal Midiamax)

Na esquina da tradicional feira do Guanandi preenchia quadras e quadras, enquanto uma senhora caminhava lentamente com a sua sacola contendo meia melancia. Após alguns passos, chega em sua casinha, abre a portinhola e já vira para cumprimentar mais um morador. A rotina de Onita Luiza de Souza, de 90 anos, é de quem mora há 54 anos no mesmo local e não deixa ninguém falar mal da região.

O encontro com a corajosa mineira ocorreu no último domingo (29). Ao abrir a portinhola, guarda a fruta e retorna para conversar na entrada do imóvel, o qual muitos observam, elogiam e chamam de “casinha de boneca”. Aliás, foi pelo mesmo motivo que parei e, com a curiosidade aguçada e um pouco de sorte, encontrei com a moradora no momento certo.

(Graziela Rezende/Jornal Midiamax)

“Moro aqui desde 1970. Cheguei aqui com quatro filhos. Meu marido faleceu lá e vim para trabalhar. Aqui fiz de tudo, trabalhei anos de empregada para os outros. E aí, junto com meus filhos, conquistamos esta casa de tábua. Aqui eu me casei novamente e tive mais três. Ele era gaúcho, veio para cá para trabalhar também. E aí os filhos cresceram, casaram, mas um mora comigo e os outros me ligam toda hora, estão aqui direto”, disse Onita.

Sobre o bairro Guanandi, D. Onita é só elogios. “Aqui é muito bom. Ninguém mexe e, para mim, não tem ladrão aqui. Nunca ninguém mexeu em nada meu. O que eu tenho são amigos aqui. Toda hora um para, cumprimenta, converso com um, converso com outro. Todo mundo me conhece e eu conheço todo mundo. E nos dias de feira é assim, gosto muito de ver as pessoas”, comentou.

(Graziela Rezende/Jornal Midiamax)

A aposentada, que recentemente completou 90 anos, diz que a filha mais nova tem 53 anos, enquanto o mais velho está prestes a completar 70.

“Alguns deles me pedem para mudar, para morar em um apartamento no Centro, mas, não saio daqui não. Aqui é a minha mansão, fui pobre quando mais nove e não tenho esse dom de metideza. Aqui estão meus animais também, converso com eles e recebo meus netos. Não sei nem o número, acho que passou de cem”, finalizou.

(Graziela Rezende/Jornal Midiamax)
(Graziela Rezende/Jornal Midiamax)
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