Bióloga se preparou por um mês para virar a sereia de Campo Grande em Bioparque
Sereia de Campo Grande, Giuliana revela qual o maior desafio ao nadar com uma cauda nos tanques do Bioparque Pantanal
João Ramos –
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A Cinderela teve seu dia de princesa. Ou, melhor dizendo, a bióloga e mergulhadora teve seu dia de Pequena Sereia. Acostumada a realizar a manutenção dos tanques do Bioparque Pantanal, Giuliana Ferreira é uma das profissionais que limpa os reservatórios em que os peixes e demais espécies aquáticas vivem. Mas, após receber o convite para se tornar a sereia do complexo, a bióloga por formação topou o desafio, saiu dos bastidores e virou uma atração em Campo Grande.
Para tanto, Giuliana entrou em uma maratona intensiva de um mês. Afinal, nadar com uma cauda de tecido e de olhos abertos não é para qualquer um. Encantada com a oportunidade, ela se dedicou e foi a grande surpresa para os visitantes que estiveram no complexo no Dia das Crianças, no último sábado (12).
“Foi uma experiência completamente diferente e mágica! Eu estou acostumada a estar nos bastidores, cuidando dos tanques e garantindo que tudo esteja em perfeito estado para os animais e para o público. Surgir como sereia, com todos os olhos voltados para mim, foi emocionante. Ver as reações das pessoas, especialmente das crianças, foi algo muito especial, que me fez sentir parte de um mundo encantado”, diz a mergulhadora ao Jornal Midiamax.
Mão na massa e o intensivão para se transformar em sereia
A preparação levou cerca de quatro semanas, com treinos em dias alternados para evitar o estresse dos peixes dos aquários. “Busquei algumas referências para inspiração, tanto para a natação como para os acessórios”, enfatiza a bióloga.
Foi a diretora do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, quem teve a ideia e enxergou em Giuliana uma linda sereia. A gestora do ponto turístico fez o convite à colega, que de pronto aceitou.
Os preparativos então começaram, a cauda foi comprada e ajustada às medidas da bióloga e demais detalhes de figurino, cabelo e maquiagem foram definidos. Empolgada, a diretora Maria Fernanda colocou a mão na massa e bordou o top usado pela mergulhadora no dia da apresentação.
Além disso, Giuliana se esforçou no treinamento para entregar uma performance encantadora. Autodidata, ela entrou no personagem e aprendeu sozinha a se movimentar como uma sereia, praticando com referências encontradas na internet.
“O maior desafio na verdade foi nadar com os olhos 100% abertos mantendo a atenção nos animais, nos obstáculos da cenografia e no público, pois no meu trabalho como mergulhadora, o uso da máscara me permite enxergar naturalmente ao redor. Quanto à natação com a cauda, o desafio foi trazer fluidez e graciosidade ao movimento“, esclarece ao MidiaMAIS.
No dia e na hora
Semanas se passaram e o dia 12 de outubro então chegou. Pensada especialmente para entreter a criançada na data comemorativa, a sereia saiu de cena emocionada.
“A reação do público foi o ponto alto para mim! Ver os olhinhos das crianças brilhando, acreditar que uma sereia estava realmente ali no tanque, foi muito emocionante. Eu não tenho filhos, mas aquele momento me fez entender como é mágico para as crianças acreditar em contos de fadas. Eu mesma fui uma criança encantada com sereias. Senti uma conexão muito especial com elas”, declara.
Antes de surgir como sereia, a bióloga já tinha aparecido muitas outras vezes com trajes de mergulhadora para o público e os mergulhadores também são atração quando entram nos tanques na frente dos visitantes.
“Nesses casos, estava sempre focada no trabalho mais operacional que exerço no Bioparque, de cuidados com os tanques, com a cenografia e com a alimentação das arraias. Ser uma sereia foi uma experiência completamente diferente“, afirma.
No entanto, ao contrário das sereias profissionais, a bióloga não precisou segurar a respiração debaixo d’água por muito tempo. Para conseguir ficar longos períodos imersa nos tanques, ela usou como apoio uma mangueira de oxigênio, a qual recorria sempre que lhe faltava ar.
“Estou pronta para voltar a ser sereia”
O fato é que tudo deu muito certo e foi um sucesso. Por isso, a breve incorporação folclórica deixou um gostinho de quero mais. Questionada pela reportagem se toparia o desafio de se transformar na sereia do Bioparque outras vezes, Giuliana nem pensa para responder.
“Com certeza! Eu toparia o desafio de ser a sereia do Bioparque novamente. Foi uma experiência incrível, tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional. Ver como essa pequena dose de fantasia pode trazer alegria e despertar o interesse das pessoas pelo mundo aquático é algo muito gratificante. Estou pronta para voltar a ser a sereia sempre que for convidada pela Diretora”, finaliza.
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