A arara de cor acinzentada, que intrigou moradores no município de Rochedo, a 80 quilômetros de Campo Grande, ganhou novos cliques. Dessa vez, as imagens captam a sua rara beleza com mais riqueza de detalhes, já que mostra a ave mais de perto.

Nas fotos é possível perceber que a arara possui um misto de penas brancas, cinzas e azuis, configurando um possível albinismo parcial. De acordo com os moradores, ela começou a aparecer no local nesta última semana, sempre acompanhada de mais aves da espécie.

A bióloga e pesquisadora do Instituto Arara Azul, principal envolvido no projeto Aves Urbanas – Araras na Cidade, Larissa Tinoco Barbosa, analisou as imagens capturadas pelos moradores e revelou que o fenômeno pode ser o flavismo, que é a ausência parcial de melanina nas penas.

“É essencialmente o mesmo fenômeno observado na arara-canindé de Bandeirantes. Pode ser flavismo ou luteísmo. A ave ainda apresenta alguma coloração nas penas”, explicou.

Arara com possível albinismo acompanhada de outras da espécie. (fala Povo)

O que é flavismo e luteísmo

Segundo o Wikiaves, o flavismo é a ausência parcial de melanina, onde ainda é possível observar um pouco da cor original da ave, devido à presença de pigmentos carotenoides. A ave flavística ou canela apresenta, então, uma coloração diluída, devido à perda parcial tanto de eumelanina (pigmento negro) quanto de feomelanina (pigmento castanho).

Contudo, o luteísmo é a ausência total de melanina, com a presença de pigmentos amarelos e/ou avermelhados. Aves luteínicas geralmente têm penas amarelas e olhos vermelhos. Geralmente, esses pigmentos amarelos/vermelhos são carotenoides nas penas. Isso é verdade para a maioria das aves, mas não para os Psittaciformes, onde o pigmento amarelo/vermelho é a psitacofulvina, também conhecida como psitacina.

Arara albina intrigou moradores em Rochedo

Na segunda-feira (22), uma arara com coloração “mutante” apareceu voando em várias áreas de Rochedo. Em um primeiro vídeo, a ave parece ser branca; em outro, exibe tons mais cinzentos com azul; e em outro registro, aparece na cor preta. 

Posicionada no topo da caixa d’água da cidade, a ave capturou os olhares, como os da comerciante Thaynara Alem de Souza. “Não chega a ser albina, eu acho, parece ser acinzentada. Ela tem aparecido aqui direto nos últimos quatro dias. Como está em um lugar muito alto, a qualidade da imagem não é perfeita, mas dá para perceber que a cor dela é muito diferente”, disse.