Após realizar transplante de fígado, Artur ganha show solidário de amigos em Campo Grande

Artur Jorge Bicudo lutava há cinco anos contra doença hepática e realizou transplante de fígado em dezembro deste ano

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Artur Jorge Bicudo. (Arquivo Pessoal)

Após cinco anos lutando contra doença hepática, Artur Jorge Bicudo conseguiu realizar um transplante de fígado, uma dos primeiros procedimentos deste tipo em Mato Grosso do Sul. A cirurgia ocorreu no dia 6 de dezembro, no Hospital do Pênfigo, em Campo Grande.

Artur foi diagnosticado, há cinco anos, com cirrose hepática, em decorrência de uma hepatite C. Assim, logo iniciou o tratamento da doença, que durou cerca de seis meses. Com as medicações, a hepatite se estabilizou, dando início a próxima etapa, o tratamento da cirrose.

No entanto, com a cirrose apareceu uma nova patologia, uma encepalopatia hepática. Os sintomas começaram a atrapalhar a vida profissional e pessoal de Artur, mesmo com uso de medicações específicas. Surgiu, então, a necessidade de um transplante de fígado.

“A maioria dos pacientes que tenham problemas no fígado, que tenham cirrose hepática ou alcoólica, desenvolvem essa encefalopatia hepática, que atrapalha muito. Por causa disso, me indicaram este ano para a fila de transplante de fígado. Foi diagnosticado uma doença sem cura”, conta Artur.

Fila para o transplante de fígado

Após quatro meses na fila para o transplante, Artur conseguiu um órgão compatível. A cirurgia foi realizada no dia 6 de dezembro, e agora ele segue em recuperação. Depois da experiência, busca divulgar e conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos.

“Existem muitos pacientes necessitando bastante de medicação porque já tem uma encefalopatia bem acelerada e não encontram doadores com fígado compatível. Depois que fiz esse transplante, entrei em uma campanha forte para divulgar e conscientizar a população que é importante doar”, relata.

Assim, Artur conta que só tem a agradecer pela nova chance que ganhou em sua vida. “Eu agradeço de coração a família do doador porque é um momento difícil para a família que perde um ente querido. Fazer essa escolha de doar o órgão é um ato de caridade, de solidariedade, de fé, de amor ao próximo muito grande”, comenta.

Amigos e familiares fazem rifa e show solidário

No pós-cirúrgico, atenção ao o tratamento é essencial, pois ainda há chances do organismo rejeitar o novo órgão. Assim, os cuidados envolvem muitos gastos, como medicamentos, água mineral para o bom funcionamento do organismo, curativos, alimentação adequada, entre outros.

Pensando nisso, os amigos e familiares de Artur se unem em prol da causa. Uma rifa está em andamento, para arcar com os custos do tratamento. O sorteio premiará os ganhadores com dois prêmios no valor de R$ 200. Os interessados podem adiquirir um número, no valor de R$ 20, entrando em contato no número (67) 99860-0110.

Além disso, neste sábado (28), um show solidário é realizado no bar Trem Mineiro, em Campo Grande. O evento, chamado de Natalcool, conta com as apresentações das bandas Repressão Suburbana, Crazy Dick, SxAxMx Darhew, Bêbados Habilidosos e Rockovery.

O show acontece das 18h às 00h, com entrada no valor de R$ 20. Os ingressos podem ser adquiridos no contato (67) 99860-0110. O Trem Mineiro fica localizado na Rua Heitor Laburu, 341, Jardim Itatiaia.

Primeiro transplante de fígado em MS

Na madrugada de terça-feira (23), o Hospital Adventista do Pênfigo realizou o primeiro transplante de fígado de Mato Grosso do Sul. O hospital, credenciado pelo SUS, aguardava a conclusão dos trâmites contratuais com a prefeitura para iniciar os procedimentos.

O paciente, um homem de 60 anos de Ponta Porã, estava sob acompanhamento no hospital há mais de um ano devido a uma cirrose hepática. Ele saiu da cirurgia lúcido e comunicou-se com a equipe médica. O quadro dele é estável e ele deverá ser transferido da UTI para um quarto em breve. A alta dependerá da avaliação médica.

Segundo a administração do hospital, este transplante inédito representa uma grande conquista para a saúde em Mato Grosso do Sul. A expectativa é realizar ao menos 60 cirurgias anuais na unidade.

Assim, a instituição reforça ainda a necessidade de conscientização da população para a importância da doação de órgãos, atitude que pode salvar vidas.

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