Anta Melancia vive drama no Pantanal de MS: ela precisa ‘aprender a ser anta’
Conheça a história de Melancia, filhote de anta que vive muitos desafios no pantanal: “precisamos intervir”
João Ramos –
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Queimada e abandonada à própria sorte, a pequena anta Melancia vive uma série de dramas no pantanal sul-mato-grossense. Vítima dos incêndios que acometem o bioma, ela foi encontrada sozinha e desamparada num pequeno fragmento de mata com o entorno todo queimado – numa cena digna de filme.
Sem a mãe, a filhote agora precisa aprender a ser anta sozinha, usando seus instintos e a ajuda de biólogos e veterinários que atuam na região da Caiman, distante aproximadamente 236 quilômetros da capital Campo Grande.
Segundo os profissionais, a anta Melancia tem entre seis e sete meses de idade – ainda é um bebê. Indefesa, ficou para trás durante uma das queimadas no pantanal de Mato Grosso do Sul. Ela foi cercada pelas chamas, que formaram um círculo de fogo a sua volta e, por alguma razão, não a queimaram.
Pelo menos não por completo, já que todas as suas patinhas ficaram comprometidas. “Quando a gente encontra um filhote sozinho na natureza, nós temos a obrigação de esperar pela presença da mãe. E esperamos por duas horas que houvesse algum assobio, que é a comunicação que as antas fazem entre si. Infelizmente, não teve. Então precisamos intervir porque ela estava desidratada, com as patas queimadas“, relata Lilian Rampim, bióloga e coordenadora da base Caiman da ONG Onçafari.
“Temos cuidado dela aqui. É um cuidado super longo, delicado. Nós acabamos ficando especializados em queimaduras forçadamente. Não sabíamos muito lidar com isso, mas aprendemos. A gente faz a limpeza dessas feridas”, diz a bióloga ao trazer à tona a história de superação da pequena anta.
“Longo caminho para aprender a ser anta”, diz bióloga sobre Melancia
No incêndio, Melancia teve queimaduras de 2º grau nas quatro patas e perdeu os cascos. Por isso, a anta não consegue se equilibrar em pé. “Então ela está sendo tratada com ozonioterapia, laser, e acredite ou não, a gente usa até pele de tilápia para ajudar os tecidos a se regenerarem”, detalha Lilian.
“Melancia está se recuperando superbem. E aos pouquinhos a gente chega lá, o processo é longo e delicado. Antas ficam com suas mães por um ano e seis meses, então a Melancia tem um longo caminho para aprender a ser anta e estamos tentando ajudá-la em todo esse processo”, comenta a bióloga, sobre mais um drama da pequena órfã.
Contudo, apesar das dificuldades, a antinha se reabilita com rapidez. “Está comendo bem, super nutrida, ganhando peso. É expert em tirar as botinhas, os curativos que a gente faz, então toda hora temos que refazer. Isso é sinal de que ela está se recuperando rápido“, afirma a bióloga da Onçafari.
Por fim, a profissional ressalta a importância das doações para aqueles que se sensibilizam com a luta dos animais vítimas dos incêndios no pantanal. “Com a contribuição, conseguimos manter todos os cuidados veterinários, a alimentação e a reabilitação da nossa pequena pantaneira”, encerra. Clique aqui para mais informações sobre como doar para ajudar Melancia e outros animais.
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