Chamado de “antissocial” pelos campo-grandenses, o peixe Jorge, da espécie Jacundá, faz jus ao adjetivo e aparenta realmente ter problemas de relacionamento no Bioparque Pantanal, onde vive no tanque Neotrópico. Recentemente, ele até tentou chegar perto de uma arraia, mas levou um “chega pra lá” da colega de tanque. Veja mais abaixo.
Desde que o complexo de aquários revelou o possível comportamento do peixinho, sul-mato-grossenses se identificaram com o animal, que tem 7 anos de idade e é um dos mais velhos do local. “Na vida eu sou ele”, “um campo-grandense nato”, “vamos convidá-lo para uma roda de tereré” e “ninguém se apeixona por ele” foram alguns dos comentários a respeito de sua possível dificuldade de interação.
Da espécie Jacundá (Crenicichla lugubris), Jorge não é facilmente visto no imenso tanque Neotrópico, devido ao seu comportamento. “É um peixe que pode ter dificuldade em relacionamento. Isso porque, à medida que o macho se torna sexualmente maduro, também vai se tornando mais agressivo, principalmente com a mesma espécie. Isso reflete na dificuldade de formar casais”, explica o Bioparque Pantanal.
Veja o animal em seu recinto:
Jorge está sempre sozinho e não é muito receptivo a aproximações
Diante disso, o Jornal Midiamax foi até o complexo nos Altos da Avenida Afonso Pena para observar Jorge de perto e ver se ele realmente apresenta problemas para conviver com os demais. E, a olhos nus, o Jacundá do Neotrópico parece, de fato, corresponder às características de sua espécie.
Durante a visita da reportagem, o primeiro desafio foi encontrá-lo no grande túnel onde ficam várias espécies de peixes, incluindo as maiores e menores arraias do Aquário. Demorou um tempo até finalmente avistarmos o peixinho, que costuma se esconder no local, entre arbustos e frestas.
Enquanto a maioria dos peixes do Neotrópico anda em bandos, Jorge está sempre sozinho e não é muito receptivo a aproximações. Sua coloração, que mescla as cores amarelo, azul, verde e rosa, salta aos olhos e chama muita atenção. Apesar do temperamento, o Jacundá tem uma beleza impressionante e também é conhecido como peixe “gordinho” em seu tanque.
Jacundá tomou coragem, se aproximou, mas levou “fora”
Observamos Jorge por mais de 10 minutos. Nesse período, ele não quis chegar perto de nenhum peixe para se “entrosar”, exceto de um filhote de arraia. Aparentemente, o Jacundá tentou fazer amizade com a arraia bebê, sua única tentativa de aproximação durante o tempo em que o MidiaMAIS acompanhou seus passos.
Mas, antes disso, o polêmico peixe ficou à espreita, esperando o momento certo, observando seu alvo. Ele parecia um tanto tímido e envergonhado demais para “chegar” na pretendente. Contudo, após alguns minutos, finalmente encheu-se de coragem e se aproximou.
No entanto, a arraia parece não ter gostado nem um pouco da atitude e imediatamente saiu de perto de Jorge, deixando o peixinho “a ver navios”. Isso foi um fora?
Assista:
A partir daí, Jorge não quis mais saber de ninguém. Deu as costas para todos e se isolou num cantinho escondido do Neotrópico. Será que ele ficou magoado? Alguns peixinhos até tentaram se aproximar do Jacundá, mas ele não deu conversa, até os colegas desistirem de uma possível comunicação.
E assim Jorge ficou… solitário e isolado, confirmando que realmente apresenta problemas para se relacionar. Tadinho…
Confira um resumo no vídeo abaixo:
Peixe controverso muda de comportamento
Segundo o Bioparque Pantanal, quando o Jacundá forma casais e se reproduz, desova em cavernas e, ao contrário do comportamento agressivo no auge da maturidade sexual, o peixe apresenta excelente cuidado parental. “Cuidam da desova e dos filhotes”, detalha o complexo.
Ainda conforme o Aquário, o Jacundá é uma espécie que ocorre apenas no Brasil, Suriname e Guianas e vive em locais com vasta vegetação aquática. A alimentação consiste basicamente de material vegetal, invertebrados e peixes.
O peixe morador do tanque Neotrópico no local é uma espécie amazônica de Jacundá e se destaca por suas cores vivas e diferenciadas. Já viu ele de perto?
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