Nascida em 1928, Maria Garcia Borges faleceu na última terça-feira (23) aos 94 anos. Além de ser trineta do fundador de Campo Grande, José Antônio Pereira, possui uma história extremamente importante no ensino de Mato Grosso do Sul, lecionando nas primeiras escolas e também com mais de 70 anos dedicados ao movimento espírita do Estado.

Foto: FEMS/Reprodução
Foto: FEMS/Reprodução

Um dos netos dela, o empresário Bruno Garcia, de 42 anos, ressaltou que foram “94 anos muito bem vividos”. O velório e enterro ocorreram nessa quarta (24), no Memorial Park, localizado no bairro Universitário, em Campo Grande.

Em nota, a FEMS (Federação Espírita de Mato Grosso do Sul) ressaltou que foram mais de 70 anos dedicados ao movimento espírita do Estado, sempre com “ternura, caridade e compromisso com a prática do bem como marcas de sua trajetória”.

“…nos despedimos com um até logo à querida irmã, com a certeza de que o trabalho continuará no outro plano. Que a espiritualidade amiga a receba carinhosamente”, diz a nota.

Vida dedicada ao ensino e ao esperanto

Nascida no dia 4 de novembro de 1928, em Campo Grande, Maria Garcia é filha de Epaminondas Alves Pereira, bisneto do fundador José Antônio Pereira, além de Abadia Garcia Pereira. O casal teve ao todo 12 filhos.

Na infância, Maria passou grande parte do tempo em uma chácara, com “vida ao ar livre”, brincadeiras e colheita de flores ainda no orvalho e guavira, os quais ela qualificava como sendo de uma infância muito saudável.

Frequentadora das missas, disse que o pai era espírita, porém, jamais a obrigou a seguir o mesmo caminho. Com o tempo, se mudou para a cidade e, enquanto adolescente, estudou no Colégio Estadual Campo-grandense, quando ainda funcionava no prédio da atual escola Estadual Joaquim Murtinho.

Tempos depois, quando houve a inauguração da Fucmat, hoje UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), Maria cursou pedagogia e passou a lecionar, profissão que lhe trouxe muita alegria e satisfação.

Já formada, Maria lecionou na universidade em Cuiabá e nas escolas Pandiá Calógeras, Escola Bernardo Franco Baís, Ginásio Municipal Arlindo Lima, Colégio Estadual Campo-grandense e Escola Joaquim Murtinho. Foram mais de 30 anos dedicados ao ensino.

Em 1968, Maria se casou com Edil Borges, já falecido. Ela teve quatro filhas. Ainda na juventude, se tornou espírita e ajudou a trazer, pela primeira vez, Edvaldo Franco. O evento inclusive ocorreu dentro do Mercadão, quando ele nem havia sido inaugurado. O próximo passo de Maria foi estudar esperanto, o que a fez sempre divulgar e trabalhar em prol do idioma.

Veja o depoimento de Maria sobre a sua vida: