Quem diria: sino é o item mais procurado em feira de antiguidades de Campo Grande
Com peças dos anos 30, feira atrai colecionadores e pessoas que buscam relembrar o passado
Lethycia Anjos –
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Discos de vinil, câmeras antigas e máquinas de escrever, passear pela praça Ary Coelho, em dia de Feira de Antiguidades é um convite a revisitar o passado. Criada em 2014, a feira é realizada todo primeiro sábado do mês e busca fomentar a cultura e a economia em Campo Grande.
Nada de brinquedos ou vinis, Douglas Rodrigues, 51, feirante e vendedor de antiguidades, revela que um dos itens mais procurados pela população de Campo Grande é o sino.
“Por incrível que pareça o sino é o item mais procurado aqui, às vezes compram para pessoas que estão acamadas e usam para chamar o cuidador, mas aqui também sai bastante os ferros, panelas e moedores de café”, disse o vendedor.
Em meio a uma infinidade de itens raros, uma caixa com centenas de discos a R$ 10,00 chama atenção de quem passa pelo local, Douglas ressalta que não faz diferenciação de artista ou ano de lançamento do discos, vende todos pelo mesmo valor.
“Meu objetivo é vender por um preço acessível a todo mundo, tem disco aqui que pode custar R$ 400,00, eu não tenho tempo de analisar um a um, por isso só coloco na caixa e vendo a R$ 10,00. Já acharam discos raros aqui”, relata o vendedor.
Datado dos anos 30, um trenzinho azul todo em ferro está entre os itens mais antigos do acervo, segundo o vendedor o item tem origem inglesa e por se tratar de uma peça rara, é comercializado a R$ 600,00, ele ressalta que assim como o trem, diversos itens rodaram o mundo até chegar em suas mãos.
“Aqui tem peças de todo lugar, busco em leilões, em casas de pessoas que faleceram e a família quer se desfazer dos itens, geralmente são peças a partir da década de 30 e de diferentes partes do mundo, aí eu as restauro e coloco para venda”, explicou.
Na feira, cada item é precificado de acordo com a raridade, ano de fabricação e estado de conservação, um telefone da década de 50, em perfeito estado, é vendido a R$ 350,00, um aparelho mais novo da década de 80, pode ser adquirido por R$ 80,00, já o chamado telefone “tijolinho”, sucesso também nos anos 80, é comercializado a partir de R$ 100,00.
Consideradas um item de decoração vintage, as máquinas de escrever são vendidas a partir de R$ 120,00, brinquedos em madeira, feitos à mão podem ser comprados por R$ 80,00, enquanto moedas antigas variam entre R$ 10,00 a R$ 80,00. O item mais antigo, uma câmera polaroid, é vendido a R$ 280,00.
Para quem acha os preços um pouco altos, Douglas é categórico em afirmar que cada item de sua banca possui um público próprio que sabe reconhecer o valor de uma peça histórica.
“Algumas pessoas reclamam dos preços, acham que está caro, mas costumo dizer que tudo aqui tem dono, se alguém não comprar sei que outro vai. Tem gente que chega e só escolhe os itens nem pergunta o preço enquanto tem gente que chora por desconto em um item de R$ 5,00”, destaca o vendedor.
Amor por antiguidades se tornou museu
Há poucos metros, a banca de Gilberto Espíndola Garcia, 65, revela histórias de uma época que nem mesmo ele viveu, mas quando questionado, o vendedor conta em detalhes a história por trás de cada antiguidade à venda.
Entre os itens mais antigos de sua banca está uma maquina de costura Singer com mais de 100 anos de fabricação, comercializada a R$ 600,00. Já um filtro rosa, dos anos 60, é comercializado a R$ 150,00. Kits de barbearia dos anos 70 são vendidos entre R$ 150,00 a R$ 400,00.
“As pessoas vêm aqui à procura de tudo, desde máquinas a itens de decoração, meu preço é o menor de toda a cidade, por isso até os feirantes compram aqui para revender”, disse Gilberto.
Lima é joalheiro e trabalha na região central de Campo Grande, o comerciante revela que sempre em dia de feira aproveita para passar na praça e adquirir itens para sua coleção.
“Sempre compro aqui, gosto de passar por aqui e ver o que tem de novidade. Já comprei um rádio aqui, tenho uma maquina de registradora daquelas antigas do tempo da velha que você aperta o botão e sai a gavetinha para arrumar as notas”, afirmou.
Com mais de 10 mil peças em estoque, Gilberto decidiu fazer de seu acervo um museu e desde 2016 criou o museu Algo+ Antiguidades, aberto a qualquer um que queira conhecer
“Têm milhares de peças antigas no museu, desde a famosa geladeira vermelha a fogões antigos, luminárias e cúpulas de diversas formas e cores e uma biblioteca com livros que não acaba mais”, relata o vendedor.
Serviço:
A Feira acontece todo primeiro sábado do mês, das 8h30 às 14h30, na Praça Ary Coelho, no Centro de Campo Grande. Para quem tiver interesse em adquirir ou vender itens de antiguidade basta entrar em contato com Douglas pelo telefone (67) 99979-4555 ou pelo Instagram @metal.artesanto.
O Museu de Antiguidades de “Algo+ Antiguidades” está localizado na Rua 1º de Julho, 468, na Vila Carvalho. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (67) 98160-7175 ou no Instagram @algomaisantiguidades.
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