Com apresentação de gala do Brô MCs, aldeias de Dourados escolhem Miss e Mister indígena

Evento revela beleza e talentos das aldeias da 2ª maior cidade de MS

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Tais e Rassis, centro, receberam as faixas de Ejekelhim e Jordan, escolhidos em 2022 (Foto: Franz Mendes)

Neste final de semana, a maior Reserva Federal de Mato Grosso do Sul estava em festa. Com ginásio lotado, moradores das aldeias Bororó e Jaguapiru prestigiaram a etapa final do tradicional concurso de Miss e Mister Indígena 2023.

Entre os 24 concorrentes, jovem Kaiowa Tais Caroline Vera Arévalo, de 18 anos, moradora na Aldeia Bororó, e o Terena Rassis Junior Garcia Rodrigues, da mesma idade, foram escolhidos durante a 11ª edição, que foi realizada na escola Tengatuí Marangatú.

Os novos representantes da beleza das etnias indígenas de MS receberam as faixas dos antecessores Ejekelhim Souares Veron e Jordan Charles Rodrigues, eleitos em 2022. Eles conquistaram as melhores notas do corpo de jurados que avaliaram simpatia, desenvoltura, traços indígenas e roupa típica.

Enquanto a comissão organizadora conferia as notas dos 24 finalistas, sendo 12 moças e 12 rapazes, os moradores da Reserva Indígena foram presenteados com uma apresentação de gala do Brô MCs.

O grupo de raper é formado na sua maioria por jovens nascidos nas aldeias Bororó e Jaguapiru. Recentemente o Brô ganhou projeção nacional e internacional após participação em shows do DJ Alok e também pela apresentação na última edição do Rock In Rio.

Grupo é formado por jovens das aldeias de Dourados (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

Riqueza cultural

Na avaliação da coordenadora da 11ª Edição do Miss e Mister Indígena, Micheli Alves Machado, o evento marca a força da cultura indígena da maior reserva de Mato Grosso Sul que cada vez mais tem se destacado.

“Não queremos ser lembrados apenas por uma data comemorativa. Queremos ser vistos com um povo de lutas históricas e que possui uma imensa riqueza cultural, com valores que precisam ser devidamente reconhecidos”, defende a indígena em conversa com a reportagem do Midiamax.

O sentimento de Michelli também é compartilhado pelo capitão da Aldeia Jaguapiru e anfitrião da festa, Ramão Fernandes. “Esse é um momento de alegria para todos nós, que temos cruzados muitas dificuldades, mas não deixamos de exaltar as nossas vitórias”, comemora o líder.

Beleza e tradição

A escolha dos novos representantes do Miss e Mister Indígena contou com a presença de autoridades, como o prefeito Alan Guedes (PP), o reitor da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), professor Jones Dari Goettert, que apoiou o evento juntamente com a UCP (Universidade Central do Paraguai).

“As nossas comunidades indígenas são parte fundamental da cultura de Dourados. Esse concurso valoriza a beleza indígena e seus valores tradicionais. É um evento organizado pela própria comunidade e que conta com o nosso apoio”, explica o prefeito Alan Guedes.

No entendimento do reitor da UFGD, a realização deste evento público demonstra capacidade de superação. “Tudo que estamos vendo hoje aqui é resultado de um processo de resistência ao longo de décadas e ao mesmo tempo do reconhecimento de uma identidade”, pondera o professor.

O subsecretário de Políticas Públicas do MS para os Povos Originários, Fernando da Silva Souza, foi um dos homenageados no evento, juntamente com o repórter fotográfico e servidor da UFGD, Franz Mendes, por serviços prestados ao evento e também à comunidade indígena.

Evento também foi marcado por manifestações tradicionais (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

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