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Adormecidos por um século, manuscritos raros de escritor são publicados por advogada em MS

O livro Musa Anacrônica - A Alma Errante de um Poeta é cheio de histórias, nomes e datas sendo este um acontecimento literário inusitado.
Graziela Rezende -
(Divulgação)

A família sempre contou as histórias do tio Carlos da Fonseca, o “tio Caíto”, ressaltando sua inteligência e façanhas literárias. O escritor chegou ao sul de Mato Grosso em 1898, aos 18 anos de idade, e lá permaneceu até 1930. A advogada e escritora Elizena Ribeiro Chaves de Carvalho é sobrinha dele e foi estudar no , porém, sempre guardou consigo as histórias e passou a resgatá-las, encontrando raros manuscritos. O lançamento ocorre na próxima segunda-feira (11).

O livro Musa Anacrônica – A Alma Errante de um Poeta é cheio de histórias, nomes e datas sendo este um acontecimento literário inusitado. O autor nasceu em 1879, no interior de , nos arredores de Ribeirão Preto. Era filho de um professor e tudo indica que ele e o irmão Pedro de Alcântara receberam educação esmerada.

Ao ficar viúvo, o pai resolveu se embrenhar pelo sertão desconhecido e quase inacessível do Sul de Mato Grosso e, com os dois filhos, foi parar na região onde se encontra hoje a cidade de Maracaju. Passaram a dar aulas em fazendas, improvisando escolas onde o campo também era fértil para quem se interessava por educação, uma vez que os analfabetos eram maioria.

Assim, o dom da e da prosa se revelaram cedo na vida de Carlos da Fonseca. Um de seus poemas é de 1898, ano em que chegou a Mato Grosso, com 18 anos e foi escrito em uma viagem pelo Rio Ivinhema. Dali em diante não parou mais. Raras vezes conseguiu voltar à metrópole mas, num desses retornos, reuniu 20 anos de textos e, com o título “Vida Rústica”, publicou-os em 1918, na sessão de obras literárias do jornal O Estado de São Paulo.

Este livro fala de costumes regionais, folclore, culinária, política e natureza, registros preciosos do passado aventureiro dos colonizadores. O pai se casou novamente e uma das filhas do segundo casamento é a mãe de Elizena. Ela é quem resgatou o livro “Vida Rústica” e o relançou em Campo Grande cem anos depois, em 2018.

Nessa época, a advogada já sabia da existência de um segundo livro do tio, “Asas Emprestadas”, lançado em 1928, quando o autor já morava em Maracaju. Ali ele havia participado da fundação da cidade e trabalhava na produção de textos notariais e discursos de autoridades. Elizena voltou do e se radicou em Campo Grande.

Sabendo de seu gosto pela história, a família passou a lhe enviar preciosos guardados. Foi no meio deles que a advogada encontrou um livro manuscrito em fina caligrafia, com o título de “Musa Anacrônica – A alma errante de um poeta”. Enquanto “Vida Rústica” e “Asas Emprestadas” apresentam crônicas da vida cotidiana e registros da época, a mais recente obra mostram seus pensamentos, desejos, pontos de vista, dilemas e conflitos.

Segundo Elizena, não é possível afirmar ter sido ele o primeiro escritor a publicar um livro no Sul de Mato Grosso mas, com certeza, foi um dos primeiros.

Serviço:

O lançamento ocorrerá na ASL (Academia Sul-Mato-Grossense de Letras), que fica na Rua 14 de Julho, número 4653, Altos do São Francisco. O lançamento será a partir das 19h.

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