Narrativas passadas por gerações, Contadores de Histórias revelam magia de criar universos em MS

Neste Dia dos Contadores de Histórias, profissionais afirmam que oralidade é a principal aliada para envolver o público

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Nano Elânio é contador de histórias e faz conteúdo para as redes sociais
Nano Elânio é contador de histórias e faz conteúdo para as redes sociais

É sempre muito bom ouvir histórias, ainda mais quando a pessoa interpreta tão bem, que parece que a história se torna realidade bem em frente aos nossos olhos. Esse é o talento do Contador de Histórias, que trabalha com a magia das narrativas para criar universos imaginários. Em Campo Grande, profissionais afirmam que a arte da oralidade é a principal aliada para envolver o público.

Em 20 de março é comemorado o Dia do Contador de História, importante profissão para o desenvolvimento da criatividade. Ciro Ferreira, de 52 anos, é formado em Artes Cênicas pela UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e tem outros cursos de aperfeiçoamento. 

A paixão por contar histórias começou dentro de casa com a mãe, uma sertaneja que amava oralidade. Essa herança acompanhou o homem desde então, uma vez que até hoje faz resgates de algumas histórias que a mãe contava quando criança. Aos 90 anos, a veterana ainda é responsável por passar as narrativas para as novas gerações da família. 

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Ciro Ferreira é contador de histórias (Foto: Arquivo Pessoal)

“A profissionalização veio nesse caminhar, nessa busca, nesse desejo de aprender, estudar essa arte. Decidi firmar como atividade profissional quando fui num festival em Santa Bárbara do Oeste (SP) há 13 anos e vi vários narradores e fiquei fã e ao mesmo tempo percebi que a minha qualidade não estava longe deles”, disse Ciro ao Jornal Midiamax. 

Aos 22 anos, conheceu o grande mestre e amigo Francisco Gregório, personalidade famosa no segmento por divulgar a Contação de Histórias ao redor do Brasil. Depois disso, sua carreira cresceu cada vez mais.

Profissionalização na área

Após receber o diploma, Ciro também fez pós-graduação em literatura infantil e em Contação de Histórias.

“Contar histórias não é apenas para crianças. Serve para crianças, bebês, adolescentes, adultos e idosos, a maior demanda acaba sendo as escolas infantil e fundamental. Tenho algumas autorais [histórias] como o ‘Menino Traca Traca e o Trem’, sempre conto ‘Caco Meleca de Dilea Frate’. Adoro histórias que mexem com a imaginação e que trazem a sensação para o corpo do ouvinte. São as minhas preferidas”, revela.

Assim, dá para perceber que para ser um Bom Contador de História, é necessário ser um leitor assíduo, além de treinar técnicas para prender a atenção do público. “Saber para onde olhar, respeitar a pausa da sua respiração, se olhar, se ver e saber que de onde você está, encanta o mundo”, afirma Ciro. 

 

Contação de histórias é um patrimônio cultural

Nano Elânio, 41 anos, se apaixonou pela arte de contar histórias quando sofreu um acidente de moto e ficou impossibilitado de trabalhar no teatro, área em que já seguia carreira. O artista conheceu a contação de histórias durante a recuperação. Para Nano, ela é um patrimônio que faz parte da cultura de oralidade. 

“A contação de histórias é a oralidade, é uma maneira que muitos povos já passaram os seus conhecimentos para outras gerações, que nós já ouvimos histórias de pessoas próximas à família e ninguém precisa ser artista para contar história. É só contar de uma maneira divertida, lúdica, com emoção e envolvimento”, afirma. 

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Nano Elânio atuou por muitos anos como contador de histórias (Foto: Arquivo Pessoal)

Durante a pandemia, o contador escreveu também um livro sobre a profissão, intitulado ‘Conte histórias para crianças’. O objetivo era passar adiante os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos na carreira. Questionado sobre o mercado de trabalho, Elânio afirma ser muito bom.

“Existe muito mercado, mas falta profissional e eu falo um pouco disso no livro também, incentivando as pessoas. Elas podem trabalhar prestando serviços para editoras, que precisam divulgar seus livros […] em livrarias, fazendo momentos comerciais onde a contação de histórias atrai público […] Sesc, Fundação de Cultura, prefeituras e organizações que contratam essas apresentações”.

Interessados em seguir com a profissão de contador de histórias também podem dar aulas sobre o tema, atuar em bibliotecas e eventos. Outro setor, segundo Nano, que está aquecido é a contação de histórias para adultos, focado no meio corporativo e empresarial para palestras, apresentações e afins.

Dia Mundial do Contador de Histórias 

Em celebração a estes profissionais, é celebrado mundialmente o Dia do Contador de Histórias, data que se iniciou na Suécia no ano de 1991.

Através dos tempos, a arte de contar histórias marcou a evolução da humanidade. A importância da data não é somente em relação à construção da história, mas a construção de estímulos em relação à leitura e ao imaginário.

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