Raoni Metuktire é um líder indígena brasileiro da etnia caiapó. Conhecido no mundo todo por sua luta pela preservação da Amazônia, povos indígenas e questões ambientais, seu icônico rosto agora aparece estampado em mural na Avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande. A obra foi concluída na tarde de quarta-feira (1º) pelas mãos do artista Leonardo Mareco durante projeto “Raonizar as Cidades”. Nesta quinta (1º), cidade amanheceu com uma obra de arte a mais nos muros.

Mareco contou ao MidiaMAIS se tratar de um projeto independente feito por 20 organizações da sociedade civil e coletivos de artistas de todo o Brasil. Em Campo Grande, o muralista foi convidado para representar a ação. A arte pertence ao artista Raul Zito, que a produziu durante uma residência artística no Condô Cultural em março desse ano.

“O artista, junto ao coletivo Megafone, entrou em contato com artistas de diferentes regiões do Brasil, 50 cidades diferentes, enviaram o lambe-lambe por correios e cada artista local fez as colagens simultaneamente no dia 1º. Eu juntamente ao grafiteiro Hero e o fotógrafo Fred Diegues fizemos a intervenção aqui no MS”, celebra Mareco.

Raonizar as Cidades — homenagem a Raoni Metuktire

Conforme o artista, o intuito da ação coletiva é homenageá-lo em vida como símbolo da preservação da Amazônia e dos povos indígenas.

“Homenagear Raoni, justamente nos 50 anos de comemoração do Dia do Meio Ambiente, é uma forma de fazer com que as novas gerações conheçam esse símbolo vivo da paz e do diálogo”.

Vida e visibilidade

O mural está localizado na Avenida Ernesto Geisel, ao lado do número 178, na região da Orla Ferroviária logo após o pontilhão. Segundo o artista, região foi escolhida por ser um local histórico de Campo Grande.

“É onde se encontram os trilhos que passavam os trens vindos de diferentes regiões, e também pelo local estar abandonado e degradado queríamos dar uma vida e visibilidade ao local e a mensagem do projeto”, revela.

Quem é Raoni Metuktire?

Raoni Metuktire é o único indígena brasileiro indicado ao prêmio Nobel da Paz. Nascido no Mato Grosso, onde hoje reside na aldeia Metuktire, localizada na Terra Indígena Capoto-Jarina, Raoni foi protagonista em diversas lutas em favor dos povos indígenas e da Amazônia, consolidando-se como uma liderança legítima e porta voz da preservação do meio ambiente.

Em 2011, Raoni recebeu o título de cidadão honorário de Paris. Em 2019, um grupo de ambientalistas e antropólogos apresentou seu nome como candidato ao Prêmio Nobel da Paz de 2020 por sua defesa vitalícia da floresta. Em 2020, recebeu o Prêmio Darcy Ribeiro, sendo a quinta personalidade a receber o prêmio, que é destinado a pessoas ou entidades cujas ações mereceram destaque especial tanto na defesa, quanto na promoção da educação no país. Em 2021, recebeu o título de Membro Honorário da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).


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