Pular para o conteúdo
MidiaMAIS

Antes de ser Capital, Campo Grande foi vilarejo sangrento e fora da lei

Crimes e mortes que marcaram Mato Grosso do Sul serão relembrados pelo Jornal Midiamax
João Ramos -
campo grande foi vilarejo
Rua 14 de Julho em Campo Grande, em 1923 - (Foto: Arca de Campo Grande)

Bem desenvolvido e com quase três milhões de habitantes, já foi cenário de assassinatos horripilantes que entraram para a história. Crimes de guerra, do tempo da escravidão, sequestros, chacinas e outras barbaridades aqui cometidas, entre os anos de 1730 e 2020, serão relembradas partir desta segunda-feira (27) em uma série de reportagens do MidiaMAIS – baseadas no livro “Sangue no Oeste”, do jornalista Sérgio Cruz.

A começar pela Capital, . De vilarejo fora da lei à principal cidade de Mato Grosso do Sul, a história de Campo Grande vai além dos 123 anos oficiais que o município está prestes a completar. Muito antes disso, o sangue dos habitantes foi espalhado por este chão de terra vermelha, quando tudo ainda era “só mato”.

Assassinatos, raptos, estupros e violação da propriedade alheia. Em 27 de março de 1885, o vilarejo de nome Campo Grande foi notícia em – um dos principais municípios da região sul do então Estado de Mato Grosso. A vila sem lei parecia um velho-oeste.

Naquela data, o jornal O Iniciador noticiou: “De Campo Grande, também recebemos desanimadoras. Outro italiano foi barbaramente assassinado a CACETADAS. Dizem-nos que a questão deu-se com o sócio da vítima por ter ela subscrito com três mil telhas para a construção de uma capela, contra vontade do sócio. Não é de hoje que o importante núcleo que se está formando em Campo Grande reclama a atenção do governo provincial”, resgata a obra “Sangue no Oeste”.

21 imagens antigas de Campo Grande para deixar qualquer pessoa nostálgica
 14 era a principal rua do centro comercial da cidade no início do século passado – (Foto: Arca)

Àquela época, a notícia foi o estopim. Mais de 300 famílias estavam estabelecidas no vilarejo desde 1879 e, até então, o lugar não contava com nenhuma autoridade policial. Com isso, Campo Grande vivia à sombra de crimes, algo que foi pontuado pela mesma notícia em 27 de março de 1885.

“Medidas urgentes reclamadas pelos habitantes daquela povoação são frequentes aos assassinatos, raptos, violação de propriedade e estupros, segundo somos informados. Do atual administrador da província, zeloso e solícito pelo bem público, esperamos remédio a tantos males, como o esperam os habitantes daquela nascente povoação”, finaliza O Iniciador.

Conforme o jornalista Sérgio Cruz, que resgatou o arquivo histórico, a primeira subdelegacia de polícia do vilarejo foi criada somente em 6 de maio de 1889, quatro anos depois dos fatos destacados na reportagem. Joaquim Vieira de Almeida foi nomeado para ser o titular do primeiro posto policial.

“As notícias que chegavam de Campo Grande nos mais diferentes lugares não eram nada alentadoras, com relação à segurança dos moradores da localidade. Ao mesmo tempo em que passavam um cenário de enorme potencial econômico, geravam enorme desconforto quando tornavam evidente a violência que avassalava o vilarejo”, destaca Sérgio Cruz.

Capa do livro Sangue no Oeste, de Sérgio Cruz

Sangue no Oeste

Idealizador do livro “Sangue no Oeste”, Sérgio documenta em sua obra “mortes e crimes violentos na História de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul” entre os anos de 1730 e 2020. Ao Jornal Midiamax, o autor que se dedica à pesquisa histórica desde 1974 detalha e explica porque decidiu reunir esses dados.

“São 450 páginas, eu reuni os fatos históricos. São mais dados mesmo, crimes rumorosos, e alguns eu deixei de fazer por falta de dados. Só editei e levantei fatos já publicados em jornais e livros. Não tem nada de novo, mas a intenção é reunir esse material, documentar tudo, para facilitar a quem um dia venha a pesquisar sobre o assunto”, disse ele ao MidiaMAIS.

“Antes de ser Capital, Campo Grande foi um vilarejo sangrento e fora da lei” é a primeira de uma série de reportagens do MidiaMAIS que resgata as mortes e crimes documentados na obra “Sangue no Oeste”, disponível para venda neste link.

💬 Fale com os jornalistas do Midiamax

Tem alguma denúncia, flagrante, reclamação ou sugestão de pauta para o Jornal Midiamax?

🗣️ Envie direto para nossos jornalistas pelo WhatsApp (67) 99207-4330. O sigilo está garantido na lei.

✅ Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar nas redes sociais:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, Bluesky e Threads.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
bolsa família

Bolsa Família: Beneficiários com NIS final 2 recebem parcela de julho nesta segunda-feira

Família de Preta Gil quebra silêncio após morte da cantora: ‘Momento difícil’

Mulher é agredida após não deixar marido comprar drogas em Dourados

Professor que bateu em vários carros no Coophavila é solto após pagar fiança de R$ 5 mil

Notícias mais lidas agora

Motociclista que morreu em acidente na Av. Ceará estava acompanhado do filho

VÍDEO: Morador mostra aglomeração de curiosos durante perseguição no Tiradentes

Após sanção dos EUA a Moraes e ‘aliados’, expectativa é por voto de Fux

Funsat abre a semana com 2,5 mil vagas de emprego em Campo Grande

Últimas Notícias

Emprego e Concurso

Funtrab oferece 793 vagas de emprego nesta segunda-feira em Campo Grande

As vagas são em diversas áreas e níveis de especialização

Brasil

Lula está no Chile e participa de reunião sobre defesa da democracia

Também participam os presidentes do Chile, Colômbia, Espanha e Uruguai

Polícia

Professor é assassinado com vários golpes de foice após negar dinheiro a grupo em MS

Um dos autores foi preso

Cotidiano

Caravana de Castração atendeu mais de 1 mil animais no interior de MS

Desde o lançamento do serviço, cerca de 10,8 mil pessoas realizaram o cadastro para castração gratuita de cães e gatos