Álbum da Copa 2022 acende expectativas entre comerciantes e colecionadores em Campo Grande
O álbum de figurinhas da Copa do Mundo do Catar chega às bancas em 19 de agosto e já movimenta procura na Capital
Nathália Rabelo –
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Previsto para chegar às bancas em 19 de agosto, o álbum oficial da Copa do Mundo do Catar – distribuído pela editora Panini – já causa um grande movimento em Campo Grande. Faltando pouco mais de uma semana para as pessoas conseguirem adquirir o produto, o lançamento já acende expectativas entre comerciantes, clientes e colecionadores da Capital.
Em contato com quatro bancas em funcionamento na cidade, três delas confirmaram existir esperança de que o álbum de figurinhas da Copa 2022 alavanque as vendas. A Banca Modular, localizada na Rua Antônio Maria Coelho, afirmou que até o dia 19 os álbuns estarão disponíveis para venda.
Estabelecimento já é conhecido na Capital por realizar troca de figurinhas aos fins de semana. Ainda segundo as informações do local, a venda dos álbuns de todos os temas é intensa na cidade. Com o anúncio da Panini, muitas pessoas já foram até lá questionar sobre o início das vendas. Com a alta procura, espera-se que o mesmo ocorra com a comercialização.
“Tem grande quantidade de procura do álbum de figurinha. A figurinha é passada de geração em geração, sempre vem crianças com os pais aqui”.
Já na Banca Progresso, localizada também na Rua Antônio Maria Coelho, já tem gente comprando álbum da Copa – sem ser o oficial – desde o início do ano. A procura foi tão grande que acabou o estoque. Elisabete Cokunaga, dona do estabelecimento, disse que aguarda a resposta da distribuidora para ter certeza se vai receber mesmo o álbum da Copa a partir do dia 19. Por enquanto, a expectativa de vendas com a competição mundial de futebol é alta.
Na rua Chaadi Scaff, a Banca Itanhangá Park será outro ponto de compra do álbum e das figurinhas. Conforme Rosemari Vieira da Silva, produtos chegarão ao local entre 15 e 20 de agosto. O valor será o mesmo já divulgado pelo comunicado oficial da Panini.
Neste ano, o álbum tradicional custa R$ 12, enquanto a versão de capa dura chega ao valor de R$ 44,90. Já o pacote com cinco figurinhas custará R$ 4. Por enquanto, empresária está otimista com as vendas.
“Sempre a Copa é um evento que faz a gente ganhar um pouco mais”, afirma.
Troca de figurinhas – costume que não se perdeu no tempo
A brincadeira de colecionar e trocar figurinhas perpetua há muitos anos entre as gerações. Mesmo com as mudanças provocadas pela Internet, o costume não se perdeu em meio a tantas evoluções. Em todas as bancas entrevistadas que vendem álbuns existe unanimidade: independente do tema, o campo-grandense gosta da modalidade.
Alexandre Silva Araujo, 51 anos, coleciona figurinhas há mais de 40 anos. Se apaixonou por elas aos 10 anos de idade ao iniciar a difícil missão de completar o álbum da Copa do Mundo de 1982. Na época, as figurinhas vinham em chicletes. Desde então, Araujo coleciona figurinha de todas as Copas do Mundo e já tem planos para comprar o álbum dessa edição.
De 40 anos para cá, ele afirma que muita coisa mudou no costume de troca de figurinhas. “Mudou a forma de comprar porque na época, quando iniciei, essas figurinhas vinham em chocolate, no chiclete. Raras às vezes você ia na banca de jornal para comprar um pacotinho de figurinha. Existia um incentivo no mercado para você colecionar porque você comprava um produto e vinha e figurinha junto. Logo depois veio os pacotes com três a cinco figurinhas que facilitou para quem coleciona”, recorda Alexandre ao MidiaMAIS.
O fechamento de elevado número de bancas na Capital também promoveu mudanças. Portanto, comprar figurinhas pode ser uma tarefa difícil em razão da alta demanda, em contrapartida, com a redução de locais especializados na venda.
“Durante o tempo o costume de vender figurinhas sempre surgiu, mas nos anos 80 a população que colecionava era bem pouca, então a demanda era menor. Hoje o colecionismo aumentou muito, então a produção aumentou, existe concorrência”, afirma.
Quem coleciona não quer saber de Internet
Hoje as pessoas conseguem comprar figurinhas facilmente pela internet. É o caso, inclusive, de quem desejar optar pela solução na hora de completar o álbum da Copa do Mundo de Catar. Porém, Alexandre afirma que nunca comprou uma única figurinha online.
“O desafio sempre é achar a última figurinha na mão de um colega querendo trocar. Esse é o desafio: se falta uma figurinha você vai atrás. Se você compra pela Internet não tem graça”, complementa o colecionador.
Polêmica – preços do álbum e figurinhas da Copa 2022
Recentemente, o anúncio dos valores do álbum e das figurinhas da Copa do Mundo de Catar deu o que falar. Com o custo de R$ 4 cada pacotinho, quem quiser completar o álbum – que tem 670 figurinhas – pode chegar a desembolsar R$ 536 reais para comprar 134 pacotinhos. Isso, claro, levando em conta que todas as imagens são diferentes entre si e que não haja repetições.
Em 2018, com a Copa do Mundo da Rússia, o pacote custava R$ 2 reais. A diferença de valores causou rebuliço nas redes socais. Porém, o colecionador Alexandre Silva Araujo – que também é matemático – discorda das críticas.
Conforme o especialista, o preço está relacionado a uma cadeia produtiva e de logística, especialmente por ser um ano em que os países estão se recuperando das dificuldades pós-pandemia e o valor de tudo aumentou.
“Tudo existe logística, transporte, a produção, então realmente o custo para a gráfica é um. Aí existe o transporte do local até a banca e o dono da banca também tem que ganhar um pouco. Então, neste caso, eu não fiquei surpreso [com o valor]”. O matemático ainda relata que se o valor for acessível, todos podem comprar. Além disso, nos casos de figurinhas repetidas, a troca com os amigos é uma alternativa eficaz para conseguir a imagem desejada sem desembolsar mais dinheiro.
“Claro que o valor do álbum da copa 2018 para 2022 sofreu uma alteração, mas eu não achei muito grande, não. Completar o álbum sempre é um desafio e como a gente [colecionadores] sempre completa, a gente sempre se encontra na banca de jornal. Na hora de trocar figurinhas, todo mundo é criança. É um senhor de 80 anos trocando figurinha com uma criança de 10”, completa Alexandre.
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