Se você acompanhou, presencialmente ou pelas redes sociais, comemorações de aniversários nos últimos anos, provavelmente se deparou com bolos superdecorados com pasta americana, imagens e plaquinhas. Essas últimas são conhecidas como toppers para bolo. Além de ser sucesso entre clientes — especialmente durante a pandemia — o enfeite acende o mercado para microempreendedores de Mato Grosso do Sul.

Os toppers são aquelas plaquinhas (redondas, ovais ou quadradas) que servem para enfeitar a festa ou identificar os doces. Nos últimos anos, a decoração tem aparecido intensamente para finalizar o enfeite de bolos de maneira criativa. Na pandemia, a procura em Campo Grande ficou ainda maior para manter a alegria da festa em clima mais íntimo.

Foi o que percebeu a confeiteira Jéssika Mikui Corrêa de Azevedo. Ela começou a fazer bolos profissionalmente em 2018, mas foi depois de tantas encomendas que largou a advocacia para se dedicar 100% à cozinha. Por causa das restrições, as festas de aniversário, por exemplo, precisaram ser reduzidas. No entanto, os campo-grandenses encontraram um novo jeito de celebrar: com toppers para bolo.

“Durante esse período de pandemia, eu pude perceber que mesmo as comemorações tendo se tornado menores, o bolo de aniversário, a lembrança, o gostinho de festa, não deixaram de se fazer presentes. A família e os amigos sempre têm uma exigência diferente, um detalhe para brincar, mostrar que ama, fazer as pessoas rirem, achar engraçado ou, às vezes, só admirar mesmo”, disse Jéssika.

toppers criados por Jéssika
Bolos e toppers criados por Jéssika Mikui Corrêa de Azevedo (Foto: @jehmikui)

 

A publicitária Thaynara Borralho, de 31 anos, garante a preferência pelo estilo. “Encomendo bolos decorados já tem uns cinco anos. Com certeza deixa mais criativo, podemos brincar com as coisas que a pessoa gosta, fazer festas temáticas. Fica bem mais divertido”, conta.

Negócio à vista

E não é apenas a clientela que está se beneficiando dos aclamados toppers para bolo. Em Campo Grande, a confecção do material foi a porta de entrada para o microempreendedorismo de muitas pessoas.

A própria confeiteira Jéssika, que falamos lá em cima, parou de terceirizar a produção dos enfeites para investir no próprio negócio. Ela comprou os equipamentos de impressão e deixou toda a sua produção independente e, claro, mais rentável. 

“Sou muito detalhista e até a personalização (topos em Scrap) dos bolos eu parei de terceirizar no primeiro ano. Tenho todo o equipamento e aprendi a mexer na vontade e curiosidade. O Scrap (topo de papel) conseguiu deixar o valor melhor que o da pasta e a decoração mais bonita que o de papel arroz. Ele juntou aquilo que a gente mais gosta: o bom e barato”, revela Jéssika. 

Algo parecido aconteceu com a designer de papel Luana Gonçalves. Ela trabalha com decorações para bolos, festas e personalizados em papelaria. Ela começou na área há cinco anos. Luana até chegou a atuar no telemarketing por um tempo, mas deixou a função de lado para se dedicar apenas à papelaria.

Com o microempreendimento que funciona em casa, ela afirma que tira mais do que um salário mínimo, valor de R$ 1.192,40 na cotação atual, com a produção das peças. “Recebo várias encomendas e tenho as boleiras que eu atendo todas as semanas, as clientes fixas. Tenho máquina de corte, impressora e notebook”, afirma Luana.

Toppers por Luana Gonçalves
Toppers confeccionados por Luana Gonçalves (Foto: @artsdalua)