Alvo de críticas desde o primeiro capítulo em 27 de janeiro de 2020, a reprise da fase de “” exibida no ano passado está fazendo algumas pessoas mudarem de opinião.

Bombardeada por seu escrachado, forçado, cheio de caretas e trejeitos para provocar graça não espontânea, a novela agora conquista e diverte justamente por esses elementos que antes da pandemia eram considerados seu maior defeito.

Em seus primeiros meses em 2020, o Brasil ainda não enfrentava a crise sanitária do coronavírus. Não buscava-se com tanta necessidade o humor, o divertimento, o riso fácil… Agora, um ano depois, assistir à telenovela de Daniel Ortiz tem sido um momento perfeito para dar boas e altas gargalhadas, se desligando do mundo e dos problemas ao mesmo tempo.

Rir se transformou em necessidade básica. Quando não estávamos cercados por tantas tragédias e mortes, o pastelão de “Salve-se Quem Puder” parecia bobo, idiota, infantil e sem noção. Não que ainda não seja, mas a percepção, com o tempo e as mudanças no planeta, acabou sendo alterada. Tudo isso que era ruim e tosco passou a contribuir de alguma forma no alívio das emoções diárias.

Era o pior defeito da trama se apoiar em situações bizarras e forçadas para fazer o público rir. Hoje, o defeito se transformou em maior qualidade, pois são todos esses entrechos acima do tom que cativam e causam boas risadas necessárias para o momento que a humanidade enfrenta.

Muita gente que não curtia o folhetim no ano passado já está se rendendo. Quem diria que o motivo de maior crítica seria o mesmo que conquistaria novas pessoas algum tempo depois… O que não faz a vulnerabilidade de um público sofrido com as mazelas da pandemia? Dessa forma, “Salve-se Quem Puder” sai ganhando e marcando excelentes pontos com o telespectador do sofá, da internet, de qualquer lugar…

Incrédulos com as novas percepções e sentimentos diante da trama, alguns telespectadores se expressaram publicamente.