Fora do “comum”, designer aposta na estética clubber underground em Campo Grande

O designer Baiflufaga gosta de produzir peças excêntricas que refletem sua personalidade

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Trabalho produzido pelo designer Baiflufaga
Trabalho produzido pelo designer Baiflufaga

Você conhece o estilo clubber? Famoso movimento que nasceu nos anos 90, era uma estética popular entre os jovens que gostavam de rave, música eletrônica e vida noturna urbana. De volta às tendências e já presente nas principais semanas de moda contemporâneas, foi esse o estilo que conquistou o designer Baiflufaga (@baiflufaga), que aposta no clubber para criar composições independentes e autorais em Campo Grande, sob a sua própria perspectiva underground de luxo e, definitivamente, excêntrica.

Em meio a conceitos, trabalhos e criações, o jovem começa a trilhar sua carreira vestindo pessoas estilosas e que não têm medo nenhum de ousar. Afinal, em uma cidade onde todo mundo se veste praticamente igual, impossível não se encantar pelas produções do novo talento que começa a nascer por aqui.

“Eu sempre prezo por destoar do comum, e aproveitando meu encantamento por algumas grifes, criei meu nome artístico (Baiflufaga) inspirado na grife de moda Balenciaga, onde Baiflufaga seria uma versão pirateada do nome, igual quando se compra falsificado”, disse ele ao jornal Midiamax.

Baiflu começou no mundo fashion aos 16 anos com pinturas e customizações das próprias roupas. Com o passar do tempo, a prática levou à técnica e hoje ele participa de todo o processo de criação das peças, desde desenho até costura.

“Eu sempre gostava de peças novas e entendi que quando eu customizava a peça, se tornava praticamente nova e exclusiva porque era uma arte única. Muitas pessoas me incentivaram, pois gostavam do meu trabalho, aí decidi expandir criando peças e não apenas customizando”, recorda.

Esse, por exemplo, foi o primeiro vestido desenhado e feito por ele. Com 19 anos até então, desejava fazer a primeira criação inteiramente do zero.

Primeiro vestido criado do zero por Baiflufaga (Foto: Abhner Benevides – @abhnerrr)

 

“E eu consegui! Na época, eu não tinha muito dinheiro e era semana de lockdown e só voltaria um dia antes do meu aniversário. Então, eu peguei o dinheiro do vale-transporte da empresa e com 90 reais eu consegui produzir e terminar 3 dias antes de eu completar 20 anos. Foi uma realização enorme e que tenho orgulho”, recorda o designer.

Criações 

Se você gostou do que já leu até aqui, se prepare então para o que está prestes a ver. Esse foi o último trabalho de Baiflufaga, que confeccionou a calça vaquejada, camiseta, luvas, colar e o adereço transpassado.

(Foto: Vinícius Soares – @vinisspe)

 

Ainda trazendo referências do clubber, essa composição apresenta uma estética mais tech e cyber com a cacharrel, óculos e manga bufante.

(Foto: Baiflufaga – @baiflufaga)

 

“Minha estética preferida é a clubber, vinda de um público underground, mas que se popularizou bastante nos últimos anos. Que mistura o fashion com o freak. Nessa foto, por exemplo, ambos sou eu, fiz uma montagem minha usando o look clubber e eu como no dia a dia”.

(Foto: Renato Oliveira – @renatudooo)

 

Já nesse photoshoot, o blazer foi customizado e modelado pelo próprio designer. 

(Foto: Higor Maranho – @higormaranho)

 

“Procuro sempre produzir por conta própria as peças que usarei. Nesse caso, por exemplo, além do blazer, produzi o colar, grillz (acessório de boca) e o adereço do nariz”, afirmou.

(Foto: Higor Maranho – @higormaranho)

 

Planejamento de carreira

Sem curso profissionalizante em Campo Grande na área que deseja seguir, Baiflufaga está focado em produzir criações para mostrar o potencial no mercado que é tão competitivo, especialmente em São Paulo, onde deseja estudar no futuro.

“No momento procuro produzir portfólio, então sempre estou fazendo alguma parceria de stylist e designer, sempre que surgem oportunidades eu estou produzindo e criando”.

Questionado sobre o que podemos esperar das suas próximas criações, ele afirma que quer investir em uma coleção completa para refletir toda a sua criatividade.

“Algo que impacte e mostre a cena que ainda não é muito explorada na nossa cidade. Que remeta à excentricidade que o nome Baiflufaga também traz”, finaliza. Por aqui, já podemos dizer que estamos ansiosos pelos próximos trabalhos.

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