Jovem, acadêmico e bailarino. Essas poucas palavras definem parte da história de Juan Carlo Almeida, de 25 anos. Dançarino há oito anos, até hoje ele não sabe se escolheu a arte ou se ela o escolheu. Primeiro menino a fazer aulas regulares de dança em uma escola tradicional de Campo Grande, seu esforço o levou a caminhos inimagináveis desde que se dedicou ao talento. Destaque na nova leva de dançarinos sul-mato-grossenses, ele celebra a seleção para o Prêmio Onça Pintada e afirma que vai comemorar o retorno ao palco do melhor jeito: com um verdadeiro espetáculo.

Tudo começou aos 16 anos, quando Juan experimentou o jazz inspirado por amigas. O ballet veio em seguida e foi nele que o seu coração bateu mais forte. Então, entrou para uma escola de dança especializada na modalidade. Em pouco tempo, o seu talento foi notado no espaço.

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(Foto: Amanda França)

“A mesma instituição me deu uma bolsa para que eu estudasse e dançasse lá. No outro ano, a escola contratou um professor para dar aula de ballet para homens e depois outro bailarino entrou para fazer aula”, recorda o acadêmico de Odontologia. No entanto, Juan precisou enfrentar um longo caminho de dificuldades para se manter firme no sonho. Obstáculos, esses, que acontecem dentro do universo artístico, segundo Juan.

De panelas, boicotes e trocas de coreografias por parecer “grande demais”, o bailarino afirma que o mundo da dança não é fácil. “Já tive bulimia. Até hoje ainda faço tratamento, fora as lesões que sofremos durante os anos. Hoje em dia, eu a filosofia que todo corpo é dançante, e acho que o formato do corpo não define o bailarino e não podemos reproduzir mais esses tipos de comportamentos perigosos na dança”, reflete.

Novos objetivos

Apesar das situações passadas, agora Juan está concentrado no Prêmio Onça Pintada, a maior mostra internacional de dança de Mato Grosso do Sul. Participante desde 2017, ele sentiu falta quando o evento foi suspenso no ano passado por causa da pandemia. Na verdade, toda a rotina de ensaios mudou por causa do novo coronavírus.

“Tivemos que nos adaptar, trabalhos de dança foram adiados, o setor sofreu bastante, eu senti o impacto sim, e atualmente tô correndo atrás buscando fazer todo curso de dança possível”, afirma.

Os dois grupos de dança que Juan faz parte foram selecionados para o Prêmio. Com ensaios constantes em busca de oferecer o melhor espetáculo ao público, ele se sente confiante de que a equipe vai dar de tudo sob os holofotes.

“É uma conquista, principalmente com o cenário político atual, fico feliz do nosso estado estar bem avançado na vacinação, é emocionante estar voltando a pisar no palco, de estar sentido o calor da plateia mais uma vez”, celebra.

(Foto: Arquivo Pessoal)

 

Prêmio Onça Pintada

O Prêmio Onça Pintada retoma em sua 7ª edição neste sábado (30) e segue a programação até 1º de novembro. O evento será no Teatro Glauce Rocha, em Campo Grande, e vai seguir os protocolos de biossegurança.

Neste ano, os trabalhos inscritos serão analisados por uma banca de jurados composta por grandes nomes da dança do Brasil: Adriana Assaf, Caio Nunes, Edson Santos, Fernanda Fiuza, Flávia Burlini, Fernanda Frandsen, Jonathan Lanna, Margareth Viduani, Erick Guitierrez e Ana Lúcia El Daiher. Eles também vão oferecer de dança durante a mostra.