Após o anúncio de que a administração da Morada dos Baís passará a ser feita pela prefeitura de Campo Grande, e não mais pelo Sesc de Mato Grosso do Sul, muito se questionou sobre o que irá acontecer nos próximos meses entre ambas as instituições. Conforme as informações do Sesc, o plano agora é continuar movimentando o setor de cultura visando novos formatos e adaptações.

O Midiamax conversou com a diretora regional do Sesc MS, Regina Ferro, para saber em detalhes quanto aos novos planejamentos agora que trabalhos não serão mais realizados na emblemática moradia. Ela explicou que equipe passou por momentos difíceis ao longo da pandemia, que sempre buscavam manter as atividades no espaço. Apesar dos esforços, trabalhos não podem ser mais realizados.

“O que a gente fazia lá está impedido de fazer, que é levar atrações artísticas e culturais para a população e hoje não dá para aglomerar. Então, a gente resolveu entregar o prédio para outras finalidades. E a gente vai fazer intervenções artísticas mais voltadas a ao livre”, explicou. Agora, colaboradores estão estudando possibilidades de promover esses encontros culturais de uma forma que seja segura, em espaços abertos como Parque da Nações Indígenas. Por isso, a previsão é que isso ocorra a partir do 2º semestre de 2021.

Além do mais, também existe a possibilidade de manter a Casa da Memória Lídia Baís na Morada, uma vez que 70% do acervo é do Sesc. Instituição está conversando com a prefeitura para continuar mantendo o museu no local para visitação. Regina ainda reforça podem existir parcerias entre Sesc e prefeitura para a realização de novos projetos na casa centenária.

Em contato com a prefeitura de Campo Grande, foi informado ao Midiamax que a posse da Morada dos Baís será no dia 18 de junho, próxima sexta-feira, após entrega da pintura e restauração. A prefeitura está montando equipe para planejar os próximos passos.

História na Morada

O Sesc MS atuou por seis anos na Morada dos Baís e levou diversos investimentos culturais e artísticos ao espaço. Foram mais de 900 apresentações para mais de 300 mil pessoas, além de exposições e projetos gastronômicos.

“A gente é um Estado novo que ainda tem uma cultura a ser absorvida pela população e acho que a Morada proporcionou isso. O que o Sesc fez lá foi dar uma motivada, uma incentivada, então exaltou e enalteceu bandas já existentes, ajudamos no surgimento de novas bandas. Acho que a gente conseguiu pautar um pouco a noite campo-grandense”, contou Regina.

Ela ainda afirmou que, mesmo após o encerramento de um ciclo, outros novos estão começando e que o Sesc vai continuar trabalhando para valorizar cada vez mais as produções culturais regionais em parceria com os poderes públicos.

 “A gente já está morrendo de saudade, quem sabe um dia a gente possa fazer de novo. É um ambiente muito democrático. A gente via ali patrões e trabalhadores no mesmo lugar, pessoas de todas as raças, gêneros e todo mundo viveu lá com harmonia. Então, a Casa tem esse poder acolhedor e a gente se coloca à disposição da prefeitura para o que a gente conseguir fazer lá, mesmo nesse momento de pandemia”, disse a diretora da instituição.