Distúrbio sexual que impede a chegada ao clímax de uma relação sexual — ou seja, ao orgasmo — a anorgasmia, como a própria nomenclatura sugere, é uma “anormalidade” na satisfação do prazer.

31 de julho é a data que marca o dia do orgasmo. De acordo com Karina Brum, psicóloga e sexóloga de Campo Grande, orgasmo é uma sensação de prazer intenso, após uma grande descarga de ocitocina (hormônio) no corpo, acompanhado por contrações da musculatura pélvica, peniana/uterina/anal, levando ao bem-estar, satisfação e relaxamento. A anorgasmia seria justamente a ausência dessa experiência.

“Existe uma necessidade de avaliação do quadro clínico do paciente. A anorgasmia tem causas fisiológicas e psicológicas. Existem variáveis farmacológicas que corroboram com a dessensibilização genital, como uso prolongado de anticoncepcionais ou antidepressivos. Mas é importante dizer que um dos fatores mais assertivos da anorgasmia é a ausência de autoconhecimento”, explica.

No dia do orgasmo, debate sobre a ausência dele é de extrema importância (Foto: Reprodução)

“Tabus, crenças e preconceitos criam um bloqueio na mulher que ‘ficciona-se’ no certo e errado, tornando impossível a autodescoberta de seus próprios limites e desejos. A sexualidade dá base para a elaboração da existência humana e suas vivências”, pontua a psicóloga.

Tem cura?

Anorgasmia não é uma doença, é uma disfunção sexual que possui várias linhas de tratamentos. Terapia, acompanhamento com ginecologista, endocrinologista ou psiquiatra são fundamentais durante o percurso. Em alguns casos, aconselha-se o uso de massageadores terapêuticos e vasodilatadores. As medicações ficam em terceiro plano, orienta Karina.

A condição da anorgasmia, no entanto, não está restrita ao sexo feminino. A psicóloga ressalta que homens também podem apresentar a ausência de orgasmos, seguindo o mesmo preceito orgânico e psicológico das mulheres. Para a psicologia, o papel do parceiro é fundamental na recuperação da pessoa acometida dessa disfunção.

Sem a ajuda do companheiro ou da companheira, fica difícil se livrar do problema

“É importante lembrar que diálogo honesto é fundamental. A responsabilidade afetiva tem papel preponderante neste processo”, finaliza a sexóloga.