Há 45 anos, geada no inverno rigoroso castigava moradores de MS

No dia 19 de julho de 1.975, uma onda de frio assolou todo Mato Grosso do Sul. Desprevenidos, os moradores tiveram que improvisar para driblar as baixas temperaturas, que chegaram a graus negativos. Além de destruir a cafeicultura, a terrível geada também causou mortes de pessoas e animais. As lembranças dos moradores que presenciaram o […]

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No dia 19 de julho de 1.975, uma onda de frio assolou todo Mato Grosso do Sul. Desprevenidos, os moradores tiveram que improvisar para driblar as baixas temperaturas, que chegaram a graus negativos. Além de destruir a cafeicultura, a terrível geada também causou mortes de pessoas e animais.

As lembranças dos moradores que presenciaram o frio intenso não são boas. O comércio ficou parcialmente fechado e o prejuízo na lavoura ficou estimado em 40 milhões de pés queimados. Gilberto Mendes era vendedor de carros, na época, e diz se lembrar perfeitamente daquele dia 19 de julho.

“Lembro que de manhã quando chegamos para trabalhar os tetos dos carros estavam todos cobertos de gelo”, conta.

A mãe de Alan Peter tentava esquentar a prole do jeito que dava. “Ela passava a cama com o ferro de passar bem quente e cobria eu e meus irmãos com 2 ou 3 cobertores quando íamos deitar. Meu pai comercializa insumos agrícolas na época, a maioria clientes cafeicultores, do Estado todo, foi um desespero só. Milhares e milhares de pés de café queimados pela geada.”

André Luiz Alves e Elizeu Abrão contam que também tiveram que dormir com os irmãos para que a família não passasse frio.

“Dormimos todos na mesma cama, inclusive Ringo, o cachorro, até tapete colocamos por cima, achei que ia morrer e só tinha dez anos”, explicou André.

Os relatos são impressionantes para quem está acostumado com o calor de Campo Grande. Joventino Cardoso trabalhava em uma loja de materiais de construção na Rua Maracaju e diz que ficou marcado com o que presenciou.

“Cheguei para trabalhar tinha gelo nas caixas de eternit que se vendia na época.”

O gado também foi atingido e muitos animais morreram no Pantanal. Reportagens do dia afirmavam que os pecuaristas previam a morte de, até o fim do frio, cerca de 20 mil cabeças. O mesmo aconteceu em Rochedinho e Nova Andradina, que também tiveram registros de mortes de gado pelo frio.

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