A cultura sul-mato-grossense perdeu mais uma célebre para o Estado. Lélia Rita Euterpe de Figueiredo Ribeiro faleceu no último domingo (23) por complicações decorrentes do coronavírus. A escritora ocupava a cadeira de número 27 da Sul-Mato-Grossense de Letras desde 1986.

A ASL emitiu nota de pesar, onde destacou a importância de Lélia Rita na sua atuação em diversas áreas culturais e artísticas de Mato Grosso do Sul, tendo realizado alguns dos primeiros programas e projetos de Levantamento do Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico de MS. A acadêmica da ASL escreveu o livro “O homem e a Terra”, onde relatou andanças do pai pelo Estado, demarcando terras que viraram amplas cidades anos mais tarde.

O também escritor Paulo Coelho Machado se referiu a ela em um de seus livros: “A de Lélia Rita vem repassada do espírito de sua época e traduz muito docemente a aflição maior do povo de sua terra natal – o sul de Mato Grosso -. A propositada e encantadora maneira de praticar a cisão do Estado, sem provocar derriças”.

Bibliografia

• Amor em todos os Quadrantes – Poesia – Edição da Autora (1977);
• O Amor, Centro da Vida – Ensaio (1978)
• Estação Provisória – Poesia – Edição Masao Ohno (1983);
• Cantos Gritos & Tombos, em parceria com sua filha Dora Ribeiro – Edição da Autora (1986);
• Ensaio para a 20ª Bienal de SP – Ensaio (1986)
• A Crítica e o Artista – Ensaio (1987)
• O Homem e a Terra – Editora do Senado Federal – Síntese da História de Mato Grosso do Sul (1996)
• O Voto Distrital Misto como Aperfeiçoamento de Representatividade Democrática – Ensaio – 1991
• Cantando a Terra Mato-grossense, publicado pela Revista do Instituto Histórico de Mato Grosso (1998).
• É autora da Criação poética projeto e produção da Cantata
• Cênica “Peabiru – A Conquista do Novo Mundo,” (2000), com patrocínio da Petrobrás, Eletrobrás e Governo de MS.

História

Escritora campo-grandense Lélia Rita morre aos 84 anos, vítima do coronavírus

Lélia Rita Euterpe de Figueiredo Ribeiro, nascida em em 22 de novembro de 1935, presidiu a Associação de Artistas Plásticos, como fotógrafa, tendo idealizado e executado programa de Expedição Cultural/ Artística, itinerando por várias cidades e estados do país e aldeias indígenas, integrando os mais diversos setores de vida cultural e artística, para revelar e difundir o Mato Grosso do Sul e sua bela natureza.

Foi Diretora do Departamento de Cultura de Mato Grosso do Sul, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social. Criou, fundou e dirigiu de 1996 a 2006 a Casa da Memória Arnaldo Estevão de Figueiredo, que destinou-se a resgatar, difundir e desenvolver a memória, o ambiente e o turismo de MS.

Um dos principais programas da Casa da Memória foi o de resgate e difusão, em parceria com o Projeto Resgate Barão do Rio Branco/ (1996/2000), de Documentos Históricos de MS, dentre os quais destaca-se o dos 2221 Documentos Históricos Coloniais da Capitania de Matto Grosso depositados no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa.

Conforme consta no Portal movimento.com, a obra vocal Peabiru, composta pelo professor João Ripper, é detentora do primeiro prêmio no 1º Concurso de Composição da Cidade do – Rio Arte – e do 3º prêmio no segundo concurso da mesma entidade. Com texto da poeta Lélia Rita Figueiredo Ribeiro, a obra retrata os 500 anos do Descobrimento do Brasil e os 250 anos da Capitania de Mato Grosso.