A pandemia do pegou muita gente de surpresa. Empresários do ramo de festas viram seus contratos irem minguando até restarem somente os boletos para pagar no final do mês. Dona Clenir e seu Ataualpa possuem um espaço de na em e, para continuarem ativos durante o período de , decidiram resgatar uma receita antiga de salgados que fez sucesso por muitos anos.

A ideia de voltar a fazer pizzas, esfirras, calzones e chipas para vender surgiu em meio a incerteza do futuro. O casal já tinha trabalhado com a venda de salgados nos anos 90 e, agora, viu a oportunidade de retomar a atividade que um dia lhe trouxe tanto prazer.

Casal resgata receita de família para não deixar sonho morrer

Dona Clenir foi enfática: os produtos precisavam ter a mesma qualidade que os feitos há 20 anos. O que também não poderia mudar eram as receitas e forma de fabricação, chaves de sucesso que passaram de geração em geração na família Brum Gomes.

Aos 60 e 67 anos, respectivamente, dona Clenir e seu Ataualpa arregaçaram as mangas e colocaram a mão na massa. Os dois chamaram os funcionários d

o Muralha Festa & Eventos para ajudar na força-tarefa como uma forma de manter seus funcionários ativos durante a pandemia.

Com ingredientes artesanais, os salgados são entregues congelados para o cliente. Dona Clenir garante que o sabor fica longe dos comprados em supermercado e possuem gostinho de família.

“Voltamos a cozinhar porque gostamos. Foi uma forma de unir o útil ao agradável. As vezes pedimos comida e não chega como queremos, alguns tem gosto de papelão. EU não uso nem massa de tomata, é tudo artesanal e feito pela nossa família. Foi o sistema que fizemos em 1989 por cerca de 10 anos.”

Casal resgata receita de família para não deixar sonho morrer

A história é cheia de boas recordações com cheiro de massa feita à mão e molho caseiro. Nos anos 80, a psicóloga Clenir Carvalho Silva Brum Gomes e o engenheiro Ataualpa Brum Gomes procuravam uma forma de aumentar a renda familiar para ajudar na criação das duas filhas.

Enquanto a mulher e as filhas testavam diferentes combinações que agradassem o paladar dos clientes, o engenheiro deixou o escritório de lado e buscou aprimorar o conhecimento no processo de congelamento e distribuição dos alimentos.

“A ideia era algo bem intimista. Minhas filhas pequenas na época desenhavam na caixa das encomendas. Cada cliente era especial e único. O controle de higiene era o mesmo que eu tinha com meus alimentos. O que minha família come é o que eu preparo para os clientes.”

A máxima de vender o que que se consome em casa também foi o diferencial para a família voltar às atividades de venda. A cozinha, segundo a psicóloga, foi uma forma de se manter ativa durante a quarentena.

“Não ficamos entendiados em nenhum momento e nem sentimos desconforto. Quem é acostumado a trabalhar deve buscar algum prazer para diminuir a ansiedade. Afastado do movimento social, você tem que descobrir em casa seus recursos e resgatar o que você ama fazer.”

Casal resgata receita de família para não deixar sonho morrer

Já o dinheiro que entra com as vendas, de acordo com seu Ataualpa, mantém o sonho do casal de continuar com o espaço de festas.

“Nosso faturamento com a Muralha parou e ficamos só com despesas. Não sabemos quanto tempo vai ficar Assim. São impostos, água, luz e a coisa ia ficar só no vermelho. No fim, teríamos que desativar nosso empreendimento e perder nosso grande sonho que já existe há 10 anos.”

As entregas dos salgados funcionam em forma de drive thru onde o cliente faz a encomenda pelos telefones 3361-9028 e  9 9105-9396 e passa para buscar. Entregas também estão sendo feitas com uma cobrança de taxa, dependendo do local.