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Rosely Roth, a pioneira do movimento lésbico no Brasil

E por trás dessa luta está uma figura que se tornou símbolo da resistência lésbica e liberdade de expressão: a ativista Rosely Roth.
Arquivo -

O Dia da Visibilidade Lésbica, comemorado nesta quinta-feira (29) corresponde à data que aconteceu o 1º Seminário Nacional de Lésbicas – Senale, ocorrido em 29 de agosto de 1996. E por trás dessa luta está uma figura que se tornou símbolo da resistência lésbica e liberdade de expressão: a ativista Rosely Roth.

O dia é destinado a reiterar as necessidades especiais deste grupo. Mulheres lésbicas sofrem machismo, misoginia – pelo simples fato de serem mulheres – e lesbofobia, pelo simples fato de sua sexualidade. Por isto, fora fixado o dia 29 de agosto como um dia de luta e resistência destinado as mulheres lésbicas.

Rosely Roth foi pioneira no que se convencionou chamar de “política da visibilidade” em uma época (década de 80) em que, com raras exceções, ninguém mais o fazia, aliando aparições públicas, geralmente marcantes, a uma fundamentação teórica que lhe permitiu ir além do vitimismo que muitas vezes caracteriza o discurso e as atividades dos grupos sociais discriminados.

Vida

Nasceu na cidade de , no dia 21 de agosto de 1959. Sua família tinha tradição judaica e chegou a estudar em colégios judaicos durante sua formação escolar. Em 1981, graduou-se em Filosofia pela PUC-SP e em 1986, pela mesma instituição, concluiu uma pós graduação em Antropologia. As teses apresentadas nessa ocasião falavam sobre a sexualidade lésbica e seus títulos eram “Vivências Lésbicas – Investigação acerca das vivências e dos estilos de vida das mulheres lésbicas a partir da análise dos bares frequentados predominante por elas” e “Mulheres e Sexualidades”. Rosely Roth, a pioneira do movimento lésbico no Brasil

Por volta de 1981, ela se envolveu efetivamente com o movimento feminista e passou a participar dos grupos “Lésbico-feminista” e “SOS Mulher” . E em outubro do mesmo ano, junto com Míriam Martinho fundou o “Grupo Ação Lésbica-Feminista”. A partir de 1984, passou a participar apenas do GALF e era uma figura de destaque nele, visto que contribuía com artigos em duas publicações, os boletins do ChanacomChana e do Um Outro Olhar e atuava de diversas formas, inclusive na organização de simpósios, debates, manifestações e afins que contavam com a participação do movimento feminista, negro e .

Orgulho

Além disso, ela dizia sua orientação sexual publicamente, o que a colocou em destaque na mídia e por isso chegou a participar duas vezes do programa da Hebe Camargo (1985-1986) falando sobre lesbiandade tranquilamente em rede nacional. Seu nome foi um dos primeiros da chamada “política de visibilidade”, afinal, sua militância lésbica aconteceu na década de 80, em meio ao silêncio de várias pessoas sobre a sua sexualidade.

Rosely Roth, a pioneira do movimento lésbico no BrasilNo dia 19 de agosto de 1983, ocorreu um protesto que teve presença do movimento feminista e lgbt e participação até representantes da OAB, no qual Rosely fez parte e ajudou articular. O motivo era: um local conhecido por “Ferro’s Bar” que era frequentado por lésbicas proibiu a venda, dentro de seu recinto, de um dos boletins do Grupo Ação Lésbica-Feminista. O bar em questão, apesar de ser frequentado por lésbicas, era bem resistente quanto ao seu próprio público.

Uma publicação da época mostra que antes desse episódio, as lésbicas que frequentavam o local chegaram até “mudar” de bar por causa do tratamento ruim que recebiam, mas os donos do local prometeram mudar e elas voltaram. Aparentemente as mudanças não foram suficientes e alguns anos depois uma moça apanhou no local, após reagir a grosserias proferidas por um rapaz e os garçons não deixaram que ninguém interferisse na briga para proteger a moça. A gota d’água aconteceu quando Rosely e outras mulheres foram vender o boletim e proferir algumas palavras de apresentação e foram expulsas do bar. Há quem diga que esse dia foi o “Stonewall Brasileiro”.

Morte

No dia 28 de agosto de 1990, Rosely suicidou após profundas crises emocionais e o trabalho da “Rede informação Um Outro Olhar” de São Paulo, que atua pela saúde das mulheres, principalmente das lésbicas e minorias sexuais, é uma homenagem à sua memória.

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