Lino Lima, 67 anos, 6 filhos e muito sorriso no rosto. Ao contrário do que muitos pensam sobre pais esquecidos nos asilos de todo o mundo, em Mato Grosso do Sul, especificamente no em , seu Lino conta sua trajetória, a escolha pela vida no asilo e a relação aproximada com seus filhos.

Na instituição desde 2006, seu Lino faz parte dos 35 homens que vivem no São João Bosco que atualmente atende 60 idosos (homens e mulheres) em diversas situações e enfermidades na Capital. Natural de Amambaí, a história do seu Lino é de altos e baixos. Agricultor, criou os seis filhos sozinho. Sua esposa faleceu e aos 57 anos ele decidiu não só ir, mas permanecer na  instituição.

“Sempre trabalhei em fazendas, de repente comecei a sentir umas dores no joelho. Logo fui vendo que já não conseguia trabalhar, e foi aí que optei vir a Capital e aqui ainda estou”, explica o agricultor. Seu Lino chegou ao asilo São João Bosco na cadeira de rodas com o diagnóstico de reumatismo, e foi trazido pelos filhos em Campo Grande em 2006.

Lino faz parte atualmente do grau de dependência I, da escala prevista pela Resolução 283 que rege a ILPIS (Instituições de Longa permanência para idosos no Brasil): há uma independência maior desse idoso, mesmo que requeiram o uso de equipamento de autoajuda. As outras duas compreende uma dependência maior de duas ou até três atividades de autocuidado para a vida diária.

“Cheguei aqui eu não andava, hoje consigo me locomover”, explica seu Lino. Considerado um dos idosos mais ativos da instituição, seu Lino hoje, cuida da horta, ajuda a pintar os bancos do local. Questionado sobre a vida no asilo e o porquê de permanecer no local, ele adverte “aqui eu tenho assistência necessária para meus problemas de saúde. Não vejo o porquê incomodá-los”, explica.

A instituição atualmente conta com 1 fisioterapeuta, 1 psicólogo, 1 psiquiatra, 2 enfermeiros, 1 nutricionista, entre outros profissionais de saúde que trabalham em prol dos idosos do Asilo São João Bosco.  De acordo com a diretoria da instituição, dentre as principais enfermidades estão o Alzheimer, a demência por álcool, Parkson, transtorno bipolar e esquizofrenia.

Relação com os filhos

“Eu já quis vir para cá para justamente não atrapalhá-los em suas rotinas”, conta seu Lino com orgulho. De acordo com o agricultor a relação com seus filhos sempre foi harmoniosa e compreensiva. Quatro deles moram no interior do Estado e dois na Capital. Esta semana, seu Lino irá a Bela Vista visitar um deles.

As visitas de familiares ocorrem todos os dias, com horário livre. “Eles sempre vem me visitar, me procuram constantemente. As pessoas   uma ideia de que as pessoas deixadas no asilo, são esquecidas”, explica. No domingo mesmo, estou indo a Bela Vista passar quatro dias pra passar o dia dos Pais com um deles”, completa.

Questionado sobre a permanência na instituição, seu Lino responde sorrindo “ Não tenho o porquê sair daqui. Fui bem tratado, sou bem tratado. Meus filhos  vem sempre me visitar”, explica concluindo “ Eu também não quero de jeito nenhum incomodar”, finaliza o idoso.

Asilo São João Bosco

A instituição conta ao todo com 100 colaboradores divididos em fonoaudiólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, psiquiatras, psicólogos, entre outros profissionais da saúde que atendem o Asilo.

De acordo com a diretoria, a instituição firma convênio com a Secretaria de Assistência Social do Município, parcerias com a rede pública e Universidades da Capital, porém sempre necessita de doações.

Elas podem ser feitas ligando no número 3345-0500. A sede do Asilo São João Bosco fica na Avenida José Nogueira Vieira , 1.900, bairro Tiradentes.