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Conhece a história do ambientalista que queimou o próprio corpo contra usinas no Pantanal?

No dia 12 de novembro de 2005, aconteceu na rua Barão do Rio Branco, um dos maiores atos de protesto ambientalistas de Mato Grosso do Sul. Francisco Anselmo Gomes, ateou fogo em seu próprio corpo, aos 65 anos, como forma de protesto contra as instalações de de usinas de álcool e açúcar na região do […]
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Foto: Reprodução/ Ecoa
Foto: Reprodução/ Ecoa

No dia 12 de novembro de 2005, aconteceu na rua Barão do Rio Branco, um dos maiores atos de protesto ambientalistas de Mato Grosso do Sul. Francisco Anselmo Gomes, ateou fogo em seu próprio corpo, aos 65 anos, como forma de protesto contra as instalações de de usinas de álcool e açúcar na região do .

No local ocorria uma manifestação contra a articulação do então secretário de Produção e de MS, Dagoberto Nogueira, atual deputado federal do PDT, que visava a implantação de usinas de álcool na Bacia do Alto Paraguai. Esse tipo de prática comercial era proibida por resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).

Francelmo, como era carinhosamente conhecido, molhou dois colchonetes com gasolina, incendiou os dois amontoados de espuma e sentou neles como forma de protesto.  “Já que não temos voto para salvar o Pantanal, vamos dar a vida para salvá-lo”, escreveu numa das cartas de despedida.

 

O ambientalista chegou a ser levado para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia seguinte. Com a morte do

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Foto: Reprodução/ Ecoa

ambientalista, os deputados estaduais foram pressionados e, no dia 30 de novembro daquele ano, a Assembléia Legislativa desaprovou o projeto.

Em 5 de junho, Dia do Meio Ambiente, do ano seguinte, o local de imolação de Francelmo recebeu um memorial. Quatro meses depois, o dia 12 de novembro foi instaurado como o Dia do Pantanal, pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), instituição fundada por ele mesmo.

Francelmo ajudou na criação da primeira entidade ambientalista de MS, a AME (Associação Mato-Grossense de Ecologia), onde se tornou conselheiro. Ele também era membro do Conselho Estadual de Controle Ambiental e, filiado ao Fórum Brasileiro de ONGs (FBOMS). 

O poeta escreveu uma homenagem a Francisco Anselmo, considerando o ambientalista como o último herói brasileiro.

“O que o nosso querido Francelmo fez, a mim e a Stella e a todos nós chocou tanto, que ficamos um pouco aparvalhados com a notícia.

Foi uma imolação pela Pátria que na terra do mensalão destoa.

Mas até pode corrigir, o que o nosso Francelmo fez é mais do que um protesto.

Para mim tem o componente maior do heroísmo.

Francelmo o último herói do Brasil.

Meus sentimentos Iracema”.

Seu velho amigo,

Manoel de Barros.

A história se repete

Após 14 anos da morte de Francelmo, discussões entre ambientalistas e políticos sobre a utilização do Pantanal no setor comercial agrícola continuam movimentando o cenário de Mato Grosso do Sul. Tudo começou com um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), que libera a plantação de cana-de-açúcar no Pantanal e outros biomas sensíveis.

O documento que revoga o decreto 6.961/ 2009, que garantia a produção do etanol de forma sustentável, motivou o ato “Cana no Pantanal Não”. A manifestação organizada pela Frente Parlamentar de Vereadores Ambientalistas acontecerá na próxima terça-feira (12), considerado o “Dia Nacional do Pantanal”, em homenagem a Francisco Anselmo dos Santos, mais conhecido como Francelmo.

Serviço

“Cana no Pantanal Não”

Data: 12 de novembro

Horário: 09h30

Local: Calçadão da Rua Barão do Rio Branco, entre as Ruas 13 de Maio e 14 de Julho.

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