Morre José Okama, do Bar do Zé, palco de encontros memoráveis da Capital

Ele está sendo velado na Capela Nipo

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Ele está sendo velado na Capela Nipo

 

Morre José Okama, do Bar do Zé, palco de encontros memoráveis da CapitalForam mais de 50 anos de existência, e o Bar do Zé, localizado no coração da Barão do Rio Branco, bem no seu calçadão, se despede de José Yassuke Okama, o Zé que batizou um local que resistiu três gerações. Ele faleceu na madrugada deste domingo (28), aos 76 anos de idade, em decorrência de uma saúde já frágil. Segundo sua filha, Mariângela Okama, de 42 anos, Zé vinha internado no Proncor por diabetes, problemas no coração e estava tratando também problemas respiratórios. “Ele caminhava, fazia fisioterapia, mas acabou pegando uma infecção e faleceu”, descreveu Mariângela.

O bar fica na Barão do Rio Branco, nº 1213, no centro. A herdeira, que conta ter crescido entre os frequentadores do bar, explica que há cerca de 19 anos, seu Zé teve um aneurisma no coração e precisou se afastar da administração do local, deixando o bar para seu filho, Mário, que cuida do bar até hoje. Há muitas décadas, o espaço foi cenário de enormes comemorações culturais, tratados políticos, encontros de autoridades. “Fazendeiros, empresários, vinham aqui para fecharem seus negócios. Políticos se encontravam sempre aqui”, relata Mariângela. 

Márcio Okama, filho de seu Zé, é quem gere o bar hoje / Foto: Marco Eusébio Blog/DivulgaçãoO café sempre foi o mesmo, feito de forma manual, passado “na hora” no coador de pano e servido no copo de vidro, daqueles de boteco bem tradicional. Comprar uma máquina de expresso esteve sempre fora de cogitação. O bar também era ponto de encontro de artistas, e sempre nos cordões e bailes de rua que aconteciam na região central de Campo Grande, acabavam indo parar lá.

O calçadão do Bar do Zé também foi cenário para os campo-grandenses assistirem ao impeachment de Fernando Collor, nos anos 1990, entre outros episódios memoráveis contados por quem frequentou o espaço. 

O bar continua com as mesmas tradições, sendo que ele foi passado para as mãos de Zé pela mãe dele, e dele para o filho. “Mesmo com o passar do tempo, aqui ainda é palco de muita festividade”, descreve Mariângela. Segundo informações da família, seu Zé será velado ainda neste domingo (28) na Capela Nipo-Brasileira, na avenida Mato Grosso, e será sepultado no Cemitério Santo Antônio. 

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