Solteiros falam sobre o que mais gostam da dinâmica
Em 2015, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) constatou que no Brasil 70 milhões de pessoas moram sozinhas. Em dez anos, houve um acréscimo de 13,8 novos solteiros e solteiras, que, por uma razão ou outra, decidiram encarar a vida só. E essas pessoas são um novo tipo de perfil consumidor, principalmente no que tange à faixa etária de 20 a 45 anos.
Isso quer dizer que muita gente, como mostrou a pesquisa, decide aderir à vida solteira sem medo de ser infeliz. “Morar sozinho, ser solteiro, é reger sua vida e é algo que eu acredito ter a ver com crescimento pessoal”, afirma o empresário Guilherme Alberto Rodrigues, 35 anos. Com alguns relatos, começa no MidiaMAIS a coluna Manual dos Solteiros, que irá mostrar como a cultura do viver sozinho tem angariado mais e mais adeptos, além de trazer aos sábados dicas diversas desse universo.
Ele conta que saiu da casa dos pais aos 21 anos de idade e nunca mais voltou, mas isso melhorou muito sua relação familiar. “Eu brigava com meus pais, sentia que a casa não era minha. Hoje temos uma relação melhor, pois eles vêem na minha independência uma coisa boa”, relata. Sua primeira casa foi uma kit net simples, e ele começou a perceber diversas situações do cotidiano de ser solteiro que ninguém te conta. “Eu aprendi a fazer o serviço doméstico assim, vendo que não ficava bom, vendo como tornar as coisas mais práticas pra mim”, revela. De vez em quando, pode ser que você saia de casa sem querer, ao contrário de Guilherme, por uma mudança ou adversidade.
Foi assim com a contadora Paula Fernanda Brandão, 27 anos. Ela teve que mudar de cidade por causa de um trabalho, vindo de São José do Rio Preto para cá, há 3 anos. “Eu morava com meus pais e tinha toda uma mordomia, coisa de filha única. Então aprendi a fazer tudo na marra, mas confesso que a internet me ajudou muito. Hoje acredito que mudei meus conceitos e só quero morar com alguém se for meu marido ou namorado, porque acho viver sozinha uma delícia! Mas moro com meu cachorrinho para não sentir tanto a solidão”, relata.
Internet como aliada
Hoje felizmente tudo e qualquer coisa sobre faxina, finanças, vida social e muito mais, pode ser encontrado na internet, em tutoriais descritivos com fotos, vídeos do Youtube, compartilhamentos em redes sociais. Quer limpar seu fogão? A internet ensina como. Sabe aquelas manchas chatas que ficam no box de vidro do banheiro? Existem tutoriais inteiros dedicados a isso.
Viver sozinho não é mais algo tão ruim de se encarar com tanta informação à disposição. “Esses dias descobri como trocar meu chuveiro. Viver sozinha é também temer um pouco por sua segurança, então eu mesma percebi que seria prático – e seguro – trocar o chuveiro, do que chamar um desconhecido”, relembra Paula. Além disso, procure qualquer tópico sobre a vida de solteiro e a internet lhe dará a resposta. Existem sites inteiros dedicados ao assunto, inclusive.
Nem sempre tudo é festa
Ser jovem, solteiro e morando sozinho, quer dizer necessariamente que todos os dias vai ter uma festa acontecendo na sua casa, certo? Errado! Se preservar um pouco do agito, evitando gastos desnecessários e pessoas estranhas frequentando sua casa é um mandamento do Manual dos Solteiros. “Tem muita gente folgada que acha que na casa do amigo que mora sozinho pode tudo e não é bem assim. Dá para fazer festa sempre? Dá, mas não recomendo. Videogame e Netflix resolvem bem esses momentos de introspecção”, diz Guilherme.
Mas e a solidão? Ela existe, é claro. Mas segundo a maioria dos solteiros, a privacidade que existe supera qualquer tipo de solidão. E num mundo tão globalizado, ela pode ser resolvida facilmente, com uma mensagem de Whatsapp. Só não vale trocar os amigos sempre pelo Edredon com Netflix.