Elas dão o suporte necessário antes, durante e no pós-parto

Elas não são nossas mães, mas agem como se fosse. Na hora mais marcante da vida de uma mulher – o momento de dar a luz a um filho, elas estão ao lado, amparando, dando as melhores coordenadas para o momento ser o mais marcante e seguro possível e também, nos enchem de mimos. Estamos falando delas, as doulas.

Nos últimos anos, o nome ‘doula' entrou na cabeça das pessoas, principalmente, do universo feminino. Mais precisamente, as doulas são acompanhantes de parto profissionais, responsáveis pelo conforto físico e emocional da parturiente antes, durante e após o parto.

Antigamente a parturiente era acompanhada por mulheres com mais experiência, no caso, suas mães, avós e até irmãs mais velhas ou a ‘vizinha' que tem algum histórico como parteira.

Basicamente a doula acompanha a grávida, em diferentes encontros durante a gestação e tem de estar 100% disponível assim que a bolsa da grávida estoura. “A gente faz um acompanhamento com mini palestras com a mãe e o pai, ensinando algumas manobras e exercícios que deverão ser aplicados para o estímulo, por exemplo, de um ”, conta Fabrina Flores, 36 anos e há três como doula.

Das manobras: massagem no quadril, posições em cima da bola de pilates, posição de cócoras e posições em cima do pai – tipo cavalinho faz parte do procedimento para a mãe que sonha com o parto normal.

“Muitas das minhas parturientes optam pelo parto humanizado, que é aquele mais taxado como ‘a dor mais terrível do mundo', o que para mim, não é dor, mas sim, a contração que puxa o bebê para baixo, me explica como o nascimento de um filho isso pode ser um sofrimento (?)”, argumenta.

Das 38 gestantes que Fabrina atendeu de junho do ano passado para cá, somente oito viraram cesarianas indicada. “Geralmente o médico indica a cesariana quando não há mais jeito, ou o batimento cardíaco do bebê fica fraco e o mais correto é não colocar a vida da mãe e do bebê em risco”, explica.

Papel do pai

Ainda de acordo a doula, o papel do pai é fundamental para o processo. “O pai é um dos principais colaboradores depois da gente; ele é quem vai estar com a mulher durante toda a gestação e ele precisa ter todo o cuidado para amparar aquela mãe; depois do parto, as minhas gestantes ligam e falam que a relação deles melhorou, por conta do nascimento do filho, acredito que eles ficam mais impactados e sensíveis”.

Assim pensa também, a fotógrafa Luana Chadid, 23 anos. Ela é mãe da pequena Céu, de oito meses e durante a gestação, teve o auxílio da doula e o apoio do marido. . “A presença do meu marido foi demais, o tempo todo nessas horas, ele me dava incentivo de que ia ficar tudo bem o que ia me mantendo calma, durante as contrações”, diz.

Céu nasceu durante um trabalho de parto humanizado que durou cerca de 20 horas e, segundo a fotógrafa, a doula que antes do parto era uma amiga, se tornou uma ‘mãe' durante e após o parto. “Ela é muito mais que uma melhor amiga, ela foi tudo aquilo que eu esperava da minha mãe, porque me passou segurança, tanto do meu corpo, dizendo que eu era capaz de parir, de que a natureza é perfeita…não é só toque de mãos mas sim, toque de alma, de espírito”, descreve.

Autorização

Promulgada a Lei na Câmara Municipal pela vereadora Carla Stephanini (PMDB) e divulgado no Diogrande – Diário Oficial de , na edição da última sexta-feira, que obriga as maternidades a autorizarem a entrada da doula no SUS – Sistema Único de Saúde. Segundo Fabrina, essa notícia veio em boa hora, uma vez que, as mães do SUS tinham que optar entre o acompanhante e a doula no momento de entrar no centro cirúrgico. “Agora ela também vai poder ter esse privilégio, de ter os dois ao lado, o que dá segurança e tranquilidade nesse momento tão mágico para a mulher”, adianta.